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O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

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Mare of Easttown

Só posso dizer, é a melhor minissérie que já vi até hoje.

Mare of Easttown é centrada em Mare, uma detetive de cidade pequena. No entanto, é muito mais que um drama policial, é uma história sobrevivência ao dia-a-dia.
Tudo começa com um crime, mas ao longo da narrativa vão surgindo outros, que sujeita Mare a uma pressão constante vinda de várias frentes. Acresce a este ramalhete uma situação pessoal complicada: lida com dois lutos (de uma relação e da morte de um filho, em circunstâncias particularmente dramáticas); mora com o neto, a filha adolescente e a mãe; é vizinha do ex-marido; etc.
Logo, não é uma pessoa de trato fácil, mas como poderia ser?! Mare é só uma pessoa normal, com dias merdosos, sem paciência para floreados, uma família que é espetacular para quem vê de fora (como todas) e que lida com vários dramas em simultâneo.  

Com uma narrativa diferente, cativante, densa, pesada e arrebatadora, esta minissérie dá-nos a conhecer uma profissional, mulher, amiga, mãe, avó, filha e ex-mulher, a Mare. Kate Winslet dá corpo a esta mulher real, falível, complexa e admirável, como eu gosto.

As representações são todas fabulosas, mas a Kate Winslet, como já é habitual, é insubstituível, ao nível de Frances McDormand. Colocando esta minissérie ao nível dos melhores filmes que já vi.*
Preparem-se para vários socos no estômago, calafrios, bocas abertas de incredulidade e um final absolutamente fabuloso. A estrutura dos episódios é perfeita, prende-nos episódio a episódio e não dá para parar de um para o outro.  Assim o conselho básico é: tirem um dia e veja tudo seguido.

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*Para se situarem dos filmes preferidos constam: Requiem for a dream, Seven, Fight Club, Três cartazes à beira da estrada…
Tudo histórias pouco bonitas e simpáticas, nem sempre reais mas perto disso.

WandaVision

Cá em casa somos aficionados dos super-heróis, não é uma coisa infantil.
Devo começar por esclarecer que os super-heróis, tanto DC-Comics (meu preferido) como Marvel (preferido do meu marido), não são criações para crianças. As personagens que compõe estas narrativas foram criadas e desenvolveram-se em períodos históricos muito específicos, períodos de guerra ou outras tensões sociais. Estas criações têm objetivos sociais e políticos bem definidos, sendo que algumas dessas personagens foram “feitas por encomenda”.

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WandaVision é uma minissérie Disney+ de 9 episódios, cada um com duração de vinte e alguns minutos, convém ver todos mesmo até ao final que tem sempre algo depois dos créditos. Vimos numa tarde de domingo a totalidade da minissérie e parece-me uma sugestão para uma tarde bem passada.

As opções de narrativa e realização não são consensuais. No entanto, apesar de estranhar inicialmente, o resultado final agradou-me imenso. Nos primeiros 2/3 episódios estranhamos tanto que quase desistimos, mas fomos percebendo que afinal “a Disney não tinha dado cabo de tudo!”, como parecia nos dois primeiros episódios.
Esta série foca-se sobre Wanda: os seus poderes, o seu potencial, a sua dor e o seu ideal de felicidade. Convém, como é referido na minissérie, lembrar que esta personagem é extramente poderosa e foi a única do Universo Marvel quase acabou com o Thanos.

Cada episódio decorre num espaço e tempo diferente, o que é também muito interessante de acompanhar, segundo os padrões de felicidade anunciados nos guiões das sitcoms americanas da época retratada. Inicialmente tudo muito perfeito, fofo e idílico.
Com o decorrer dos episódios surgem pequenos detalhes que nos despertam para que a qualquer momento tudo vai mudar, e muda. Aproximando-se da abordagem cinematográfica habitual da Marvel. Não vou desenvolver muito sobre o tema porque estragaria a quem ainda não viu, penso que será a maioria.

Vale muito a pena ver esta minissérie, porque:

  1. É boa, engraçada e interessante; mesmo para quem não gosta do género.
  2. Será essencial para perceber o desenvolvimento e surgimento de algumas das, agora, mais interessantes e principais personagens da Marvel.

 

Away - Netflix

Se procuram uma série de ficção científica não é esta; se procuram uma boa série, no geral, também não é esta. A questão que me ponho é apenas uma: como alinhou a Hilary Swank numa série tão má? Todos temos de ganhar a vida, mas realmente a série é péssima.

O melhor da série é a representação da atriz pricipal, Hilary Swank, é mesmo só isso.
A série tem uma narrativa banal, já não é a primeira (má) série feita sobre a primeira expedição a Marte; Sean Penn que o diga. Tem os erros científicos habituais, é absolutamente previsível e chata, tem uma adolescente insuportável e fizeram um excelente trabalho a compilar todos os clichés hollywoodescos. Só vimos 3 episódios e bastou, lamento ter tentado tanto. 

Os efeitos não são muitos maus e a atriz principal é boa, por isso não avalio pior. Além disso, o Sean Penn conseguiu fazer pior na série The First.

Classificação: 5 em 20

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PS: até o cartaz da série é mau.

Chernobyl (A série)

A série é soberba, por muito que goste de outras, entendo o porquê desta minissérie ter arrecadado tantos prémios. No final do primeiro episódio estava bastante perturbada e angustiada, já vi muitos filmes e séries mas não tenho memória de algum ter este impacto em mim [Talvez só O Rapaz do Pijama às Riscas].

Talvez estas sensações estejam agudizadas pelo que experienciei aquando deste acontecimento histórico (como escrevi antes); e obviamente que o facto de por serem acontecimentos reais, com extenso impacto em vidas humanas e numa extensa área afetada. Assim, logo no primeiro episódio percebi que ia ser uma excelente série, a sensação de realidade que nos dá é muito poucas vezes conseguida, de forma tão eficaz.
Vou tentar evitar contar a série - mesmo sendo sobre factos reais e todos sabermos como acabou, mesmo conhecendo algumas curiosidades como a da ponte da morte - existem muitos factos revelados que tornam a série um verdadeiro documento histórico muito interessante e envolvente, não quero estragar isso.
Começamos logo a perceber que aquilo foi um conjunto de disparates gerado por menos de um punhado de homens com: grandes egos, muita arrogância, ganância e alguma ignorância e até ingenuidade. E isso perturba ainda mais, porque de facto não tinha de ser assim.


A série está muito bem escrita, muito bem produzida e realizada e os atores são absolutamente brilhantes; imagino que o orçamento tenha sido astronómico (não encontrei dados sobre isso, mas só os cenários…).
Tem de ser destacado o trabalho dos três atores principais: Jared Harris, Stellan Skarsgårde e Emily Watson; nos papeis de Valery Legasov, Boris Shcherbina e Ulana Khomyuk, respetivamente. Estas são personagens complexas, reais (exceto a última, que foi criada para representar toda a comunidade científica envolvida neste desastre, o que não a torna mais fácil) e construídas a partir da informação existente, que atendendo ao contexto não deve ser muita. Tudo isto culminou num excelente resultado só possível com muito talento, mas também muito trabalho feito antes das rodagens. 

  • Valery Legasové um cientista soviético que é intimado pelo governo para explicar o que se passou e ajudar a decidir o que fazer neste caso, é um homem admirável. Se aquilo não foi pior a ele, e a Boris Shcherbina, se deve. Ele é o espelho de uma União Soviética em decadência, alguém que já comungou dos ideais, mas com o passar do tempo percebeu que aquilo não correu como seria de esperar. Põe a sua vida em risco várias vezes pelas posições que toma, pela defesa da vida humana e pela reposição da verdade.
  • Boris Shcherbinao homem errado que afinal foi o certo. A personagem é bastante complexa e muda ao longo da série; à medida que experiencia vários dilemas: morais, éticos e existenciais. É na minha opinião a melhor personagem e a melhor interpretação de todas.
  • Ulana Khomyuk a segunda melhor personagem da série, muito complexa e bem interpretada não podemos deixar de admirar a sua coragem, determinação e humanidade.

    Portanto, toca a ver este incrível documento histórico tão brilhantemente concretizado. Considero que dada a sua importância bem podia ser passado nas escolas, como introdução à tabela periódica.  
    Preparem-se para um choque de realidade, seguidos de alguma angústia e perturbação. Se não mexer com vocês procurem ajuda, é impossível no final daquilo tudo não ter vontade de bater naqueles três palermas 

     

     

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