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O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

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Grunge: uma (trágica) história de sucesso

Um facto inalienável é que tragédia e o grunge são indissociáveis. Na lista temos Chris Cornell, Kurt Cobain e Layne Staley, os primeiros por suicídio e o último por overdose; ficou apenas Eddie Vedder.

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Como se justifica isso?
Essa é a resposta de um milhão, existem muitas opiniões e teorias.
A minha é que talvez o facto de ser um género tão duro, introspetivo e visceral - produto direto das dores de crescimentos daqueles indivíduos, sistematicamente revisitadas em cada música e concerto - tenha contribuído para os desfechos trágicos dos atores principais do grunge.
Estes rapazes eram pessoas normais, sim pessoas normais, que viram as suas vidas drasticamente alteradas. Sendo, ao longo do seu sucesso, consumidos por um meio que desconheciam, (no fundo) não desejavam e com o qual não sabiam lidar.
Note-se que: As pessoas normais, tal como eles, têm angústias e preocupações dignas de letras de músicas e de serem gritadas para milhares de pessoas. Se não têm, deviam.

Penso que, parte da sua tragédia é também a chave do sucesso do género. Estes homens com tocaram milhares de jovens que perceberam que não estavam sozinhos, fechados no seu quarto a sofrer. Existindo uma sensação de pertença que transcendia a música; o grunge era uma forma de estar na vida, desde a indumentária e ao estilo de vida, pouco recomendável, dos ídolos.

Assim, este estilo pôs a nu muitas das angústias de uma geração, fez com que milhões não se sentissem sós e mudou para sempre o paradigma de beleza e carisma masculinos (esta última parte pode parecer fútil e superficial, mas não deixa de ser significativa).


Tenho em Chris Cornell, a par de Ian Curtis, um dos homens com quem casaria num piscar de olhos. Sim, isso diz muito sobre o meu gosto pelo sexo oposto: homens desarranjados, geniais, introspetivos, artísticos, apaixonados e apaixonantes; óbvio que isso vem com um conjunto de disfunções que acabam por não compensar o risco, ou talvez sim.
Na realidade a vida sem paixão, sem reflexão e sem grunge não tinha o mesmo sabor.

 

setembro de 1991: Ten

Comemoram-se trinta anos e um mês do lançamento de Ten, dos Pearl Jam.

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Os Pearl Jam são, do pacote grunge, os que mais ouço. Não posso dizer que gosto ou ouço todos os álbuns deles, mas o Ten é o álbum que tem mais músicas na minha playlist.

Gosto particularmente das histórias, não são bonitas, tão sublimemente escritas por Eddie Vedder. Sobre isso, chega a ser engraçado como tanta gente canta a Alive, de uma forma festiva, sem perceber que é uma música cheia de dor; a forma como a Jeremy conta a história de um massacre numa escola americana, tão comum em determinado momento das nossas vidas; e a Black, que é simplesmente genial, a minha música grunge preferida.


Os Pearl Jam foram a única banda grunge que vi ao vivo, um dos momentos mais mágicos e inesquecíveis da minha vida. Estava no Alive! com uns amigos, a minha irmã (a quem aticei o grunge) também andava por lá, que apreciando não eram tão fãs como eu. Não sei como nem porquê, enquanto cantava a Black a plenos pulmões, fui perdendo os meus amigos e apareceu a encarnação do Kurt Cobain ao meu lado a cantar, tal como eu. Aquele surfista desconhecido, do qual nem sei o nome, cantou comigo boa parte do concerto. Eu ouvi a minha preferida, Black, mas ele não ouviu a dele, Yellow Ledbetter. Assim ficamos, o boa parte do concerto: a cantar, a falar das músicas e da banda, sem sequer nunca nos apresentarmos, apenas a partilhar genuinamente aquele momento mágico para os dois. Foi dos momentos mais belos, genuínos e desinteressados que já tive com alguém do sexo oposto. Ele nem era feio, tal como eu também não sou, mas nem nos atravessou a mente outra coisa que não falar mesmo sobre Pearl Jam e viver aquilo intensamente, encontrei a companhia perfeita e depois cada um foi à sua vida.

setembro de 1991: Nevermind

A 24 de setembro de 1991 é lançado o álbum Nevermind dos Nirvana, tinha eu 7 anos. Onde estava? Não faço ideia, possivelmente a jogar à macaca ou ao elástico na escola primária.


Este é o álbum mudou para sempre a forma com o mundo ouvia rock. Não sendo o primeiro ou melhor álbum da banda, foi ele que popularizou os Nirvana, a figura do Kurt Cobain e com eles o grunge. Este álbum tem 13 músicas, que são 13 hinos do género, e a abre com a incontornável Smells Like Teen Spirit, a música que todos já ouviram e que os estudantes da Universidade do Minho, na primeira década do terceiro milénio, gritaram no BA.

No entanto, este álbum é muito mais do que um single. Por exemplo, a In Bloom é a segunda música do álbum e das preferida dos aficionados da banda; a terceira é a não menos afamada Come as You Are. A minha preferida deste álbum não é tão famosa, é a quinta: Lithium, consigo perceber o que ele diz, gosto da música e da letra.

Todo o álbum é considerado uma obra prima do grunge, do rock e da música. Acredito que a maioria das pessoas reconhece Nirvana pelos primeiros acordes de Smells Like Teen Spirit Come as You Are. Tanto que, possivelmente, a maioria das pessoas que dizem gostar de Nirvana gostam é do Nevermind ou do Unpluged.
Goste-se, ou não, existe um antes e um depois de Nevermind. Pois, além de tudo o que já foi dito sobre este álbum, é uma obra que tem impacto, direto ou indireto, em uma ou duas gerações nascidas entre os anos setenta e oitenta do século XX.

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O que é feito da música de qualidade entre 2010 e 2015?

Entendi que o meu primeiro "artigo" depois desta pausa teria de ser sobre música.O que aconteceu à boa música desde 2010 e até 2015? A minha resposta é NADA, além de Rodrigo Leão.
Chego a esta conclusão sempre que oiço rádio e odeio tudo; tento ouvir algo novo e acabo a limpar os ouvidos com os velhos clássicos de Radiohead e Portishead. Valha-me Rodrigo Leão que me faz delirar a cada nova composição, é um regalo aos sentidos e às emoções, tudo o resto é pouco menos que lixo.
Vá lá, entendam que nunca andei na onda comercial da coisa e a música má está em todo o lado; não há paciência! Todas as rádios nacionais passam a mesma música (má), mesmo a Antena 3 (em tempos alternativa) tem a mesma playlist de todos os outros. Temos a RUM mas não se apanha a nível nacional.
No outro dia, indo eu a caminho de Valença, constatei que tinha deixado a bolsa dos CD's em casa acabei a ouvir rádio. Estava a passar uma música muito má (felizmente não ocupei nem o bit com o nome dela) tentei mudar e para meu espanto estava a dar em três rádios diferente a mesma música, ao mesmo tempo. O que se passa?! Está tudo maluco?! Ou passam todos a mesma lista do spotify?!

 Em 2010 ouvia Florence and the machine à força toda, que desde do Lungs nunca mais fez grande coisa. Tudo o resto que gostava à data praticamente não existe, sendo que La Roux até foi à queima de Braga. Maior desilusão dos últimos anos: Coldplay, como é possível venderem-se assim?! É uma frustração pensar que a banda que fez Scientist, acabou a cantar Paradise...
Hoje oiço Stromae mas tenho noção que não faz música para ficar na história, apenas uma pop engraçada, talvez por ser um francês tenha mais piada. O mesmo se aplica a Imagine Dragons, excepto a parte do francês.
A música hoje está como o cinema, só remakes ou adaptações…

Acabo este artigo com um apelo: mostrem-me boa música nova que desconheça. Mesmo boa, não apenas audível. Aquela que ouça e diga "Altamente!" e não apenas "Ouve-se bem!" 
Ah, já conheço Lykke Li há anos, não é novo:)

 Nota: O spotify é a melhor aplicação de sempre. Tem um leque super abrangente em qualidade e quantidade, é gratuita e com óptima qualidade de som!

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