Sobre sabado à noite
Ontem, depois de mais um dia praticamente sem sair de casa, no final do dia tínhamos um (excelente) motivo para sair: Concerto de Daniel Pereira Cristo na nossa pequena Viana do Castelo, convidou a Ana Bacalhau mas nem precisava.
Conheci o artista eu na Universidade do Minho enquanto estudava, ele era o solista da Azeituna (Tuna de Ciências da Universidade do Minho) já na altura achava que, de todos os solistas de todas as tunas, ele se destacava. Dono de uma excelente e melodiosa voz, era o toque de mestre para músicas tinham arranjos muito bons para uma tuna. Não tinham a fama de outras, mas sinceramente achei sempre a mais original e melhor. Finda a minha ode à Azeituna.
O trabalho do Daniel Pereira Cristo é longo e passou por vários projetos, mas este é de longe o que lhe assenta melhor, apesar de gostar de música Celta, a nova roupagem que dá à música tradicional é muito do meu agrado. Adoro as letras da música minhota mas estou cansada de maus tocadores e vozes cada vez piores, além de que estamos a falar do melhor tocador de cavaquinho do mundo. Nada descreve melhor o que é o povo minhoto do que o seu cancioneiro, não vejo melhor forma de passar a história de geração em geração do que através da música e este é o legado de todos.
O cavaquinho é de longe mais versátil e castiço do que sua versão americana o ukulele, mundialmente conhecido, talvez uma boa divulgação deste instrumento lhe possa trazer a notoriedade que merece. Talvez o Daniel seja o embaixador ideal para essa tarefa e quem sabe um dia toque com o Eddie num enorme concerto, nada mais merecido.
Ontem o concerto foi sublime: gostei que ver a participação do Grupo da Areosa, ficou lindo em palco; as meninas foram lindamente; adorei o medley de algumas das músicas portuguesas que mais gosto; mas o verdadeiro destaque são a voz e o cavaquinho do Daniel Pereira Cristo. Lamento que a minha cidade não valorize boa música como valoriza: brejeirice, comes, bebes e barracas de contrafação; um concerto deste nível grátis tinha de fechar a Avenida, lamento por isso.