setembro de 1991: Ten
Comemoram-se trinta anos e um mês do lançamento de Ten, dos Pearl Jam.
Os Pearl Jam são, do pacote grunge, os que mais ouço. Não posso dizer que gosto ou ouço todos os álbuns deles, mas o Ten é o álbum que tem mais músicas na minha playlist.
Gosto particularmente das histórias, não são bonitas, tão sublimemente escritas por Eddie Vedder. Sobre isso, chega a ser engraçado como tanta gente canta a Alive, de uma forma festiva, sem perceber que é uma música cheia de dor; a forma como a Jeremy conta a história de um massacre numa escola americana, tão comum em determinado momento das nossas vidas; e a Black, que é simplesmente genial, a minha música grunge preferida.
Os Pearl Jam foram a única banda grunge que vi ao vivo, um dos momentos mais mágicos e inesquecíveis da minha vida. Estava no Alive! com uns amigos, a minha irmã (a quem aticei o grunge) também andava por lá, que apreciando não eram tão fãs como eu. Não sei como nem porquê, enquanto cantava a Black a plenos pulmões, fui perdendo os meus amigos e apareceu a encarnação do Kurt Cobain ao meu lado a cantar, tal como eu. Aquele surfista desconhecido, do qual nem sei o nome, cantou comigo boa parte do concerto. Eu ouvi a minha preferida, Black, mas ele não ouviu a dele, Yellow Ledbetter. Assim ficamos, o boa parte do concerto: a cantar, a falar das músicas e da banda, sem sequer nunca nos apresentarmos, apenas a partilhar genuinamente aquele momento mágico para os dois. Foi dos momentos mais belos, genuínos e desinteressados que já tive com alguém do sexo oposto. Ele nem era feio, tal como eu também não sou, mas nem nos atravessou a mente outra coisa que não falar mesmo sobre Pearl Jam e viver aquilo intensamente, encontrei a companhia perfeita e depois cada um foi à sua vida.