Ser madrinha...
Desde 4 de outubro de 2014 que sou madrinha, sem ser mãe. Não sou mãe (ainda) mas tenho um afilhado e isso é fabuloso, poder acompanhar de perto uma criança e aproveitar para fazer um campo de treino para a maternidade, é espetacular.
Tenho 30 anos e um afilhado, mas também sou afilhada. A minha madrinha tem um papel muito importante na minha vida, vivi toda a minha vida ao lado dela (somos vizinhas). É uma pessoa com quem posso contar, que se preocupa comigo e com quem me preocupo. Preocupou-se com a minha educação, fez parte dela e dizia sempre para ter juízo, ri-se dos meus disparates e ouve as minhas preocupações. Passo todos os Natais em casa dela, mas está presente todo o ano e toda a minha vida. Será, juntamente com o meu padrinho, minha madrinha de casamento. Por tudo isto encaro este papel com seriedade e compromisso.
Como tudo isto começou: tenho uma amiga desde os 15 anos que foi mãe um belo rapaz, decidiram batizar a criança, pelo que recebo uma mensagem para falarmos sobre o meu papel no batizado. Pensei que ia ler e já estava toda contente, até que o Vicente me diz "Deve ser para seres madrinha."; ao que respondi, em pânico, "Achas?!". E sim, estava certo. Fiquei radiante com a intimação para esse papel!
Nos últimos tempos tem-se assistido a uma "moda" de os padrinhos serem os tios e as tias, mas neste caso (ainda bem para mim) a opção foi diferente . O meu afilhado tem tios e tias, que têm o seu papel definido na vida do meu afilhado, também juntou a madrinha e respetiva família e o padrinho e respetiva família. Tem portanto um rede muito alargada de pessoas que podem ajudar e partilhar o seu crescimento.
Ser Madrinha (godmother) é formalmente ser mãe perante Deus, mas mais do isso é sermos escolhidas para sermos uma ajuda para a mãe em tempos difíceis e uma espetadora da felicidade em tempos alegres. Tento estar com o meu afilhado sempre que possível, atrapalhar na hora do banho, fazer-lhe um risoto de vez em quando e deixar que me babe com beijos.
Espero que durante esta jornada educativa não estrague o que os pais fazem, óbvio que tenho de estragar um bocadinho. Mas vou tentar não me deixar levar pelos olhos azuis, as bochechas rosadas e a cara de calimero, e assim fazer um bom trabalho. Tentarei fazer o melhor possível enquanto madrinha, para conseguir educar o meu querido afilhado da melhor forma.
Enquanto boa madrinha tenho fotos do meu afilhado no meu telemóvel que mostro com orgulho, o meu protetor de ecrã é uma foto dele mascarado de sapo no Carnaval, digo orgulhosamente o meu afilhado é o mais bonito do mundo e no dia que me chamar madrinha (ainda não tem 2 anos) será um dia de euforia! Se ser avó é ser mãe com açúcar, ser madrinha é o quê? Ser mãe com calda de açúcar :)