O Primeiro Exame Nacional
Eu sou do tempo em que os exames nacionais, cinco, tinham todos lugar no 12º ano diluídos por duas chamadas. O aluno inscrevia-se em cada exame de modo a construir o seu próprio calendário de avaliação, num tempo de autonomia e responsabilização do aluno. A segunda fase era só em setembro o que fazia com que a coisa em junho e julho fosse ainda mais pesada, tal como acontece este ano.
Apesar dos tempos, muito estranhos que vivemos, a avaliação (neste caso indispensável) e o futuro dos jovens não pode ficar suspenso. Portanto, amanhã muitos meninas e meninas vão pela primeira vez a Exame Nacional, o de Físico-química.
Sobre o meu primeiro exame tenho memória clara, foi a minha primeira noite em branco, a primeira vez que realmente senti medo e responsabilidade.
Tinha a entrada no Curso e Universidade que queria assegurada; só precisava de tirar 9,5 naquele exame. À partida, num qualquer outro momento, não existiria qualquer dúvida sobre o sucesso da empreitada; mas…O que aparentemente não era muito difícil, até porque tinha uma nota bem superior a isso, tornou-se de um minuto para outro numa missão impossível.
Senti medo de: que algo não corresse bem, não conseguir fazer nada e deitar a perder tudo em 3 horas. A realidade é esta: eu sempre soube o queria ser, onde queria estudar - tinha cumprido o plano até ao momento com sucesso -; só faltavam aquelas 3 horas para entrar. Desde que caiu o dia anterior até ao momento que saí senti-me sempre extremamente insegura e incapaz. Tudo isto, prejudicou o meu resultado final não de forma determinante, mas sei que em circunstâncias normais teria sido melhor.
Tal como alguns que vão a exame amanhã, o meu primeiro exame foi também a única prova de ingresso, o que é bastante assustador. O que aconselho é que: vão “naquela, de se der dá” – nunca fui capaz dessa atitude mas quem for use-a -; nada é definitivo, na vossa vida vão ter momentos mais difíceis e mais desafiantes do que este, mas nunca esquecerão este; podem sempre repetir, mas não é o cenário desejável nem suposto.
Enfim, muita calma e boa sorte aos meninas e meninas que amanhã desafiam o bicho papão.