O meu favorito era...

Assim Nasce uma Estrela é o melhor de todos os cinco filmes nomeados para o Óscar que vi (quando vir os restantes posso mudar de ideia; certamente mudarei porque Green Book e A Favorita prometem muito). É um filme (gosto de filmes) e a música é relativamente boa (outra paixão), portanto tem dois ingredientes básicos para “me cair no goto”. Este filme é uma profunda reflexão sobre a indústria da música e a sociedade atual, onde o consumismo e o imediatismo imperam. Temos duas personagens que seguem rumos muito diferentes no mundo da música: uma mantém-se fiel aos seus ideais (que acaba mal) e a outra deixa-se levar pela indústria (que começa bem mas não se percebe como acaba). Bradley Cooper entrou com este filme para a minha restrita lista dos bons de Hollywood: faz uma adaptação incrível (a história não é original), constrói uma personagem muito complexa, tem uma interpretação imaculada e muito tocante. Ninguém faria melhor e isso merece uma ou duas estátuas. Lady Gaga mostra o que poderia ter sido se não construísse uma personagem para vingar no mundo da música. É uma compositora talentosa e sabe cantar, mas o facto de o estrelato lhe ser negado pelo seu aspeto tornou-a o que é hoje: um produto.
É me impossível não preferir este filme porque: gosto da malta do Grunge que vejo espelhada no Jackson, sei que tem mais que o dedo do Eddie, a morte do Chris ainda está fresca - e ali está ela - e porque nunca foi feita justiça a estes marginais da música. Era preciso um filme assim. Muitos não sabem o que é o Grunge, quase todos reconheceram o Eddie Vedder na personagem: pelo aspeto físico, pela voz, pelos problemas de álcool e pela perda de voz/audição que são sobejamente conhecidos; mas todos sabem que o Eddie é o único que restou deste incrível legado da música.