Kurt Cobain
Não é possível falar de grunge sem falar de Kurt Cobain, o jovem que mudaria para sempre a indústria musical. Vejo nele um jovem disfuncional e violento, mas frágil -é possível a combinação violento e frágil, é até um equilíbrio difícil de gerir. O tipo de pessoas que não recomendo e não gosto, mas entendo.
Kurt é o produto de um mundo onde não encaixava, não se revia, detestava e gritava-o a plenos pulmões. Através da música, e das drogas, tentava abafar a dor emocional que o consumia diariamente.
Kurt Cobain é o primeiro deste movimento a ter um fim trágico. Todos sabem quem é, como morreu e já ouviram falar das teorias que sucederam a sua morte. Pessoalmente, acho que o seu fim é exatamente isso: o fim que ele escolheu por não conseguir continuar a viver com tanta dor, num mundo que não o entendia e que ele também não entendia. Tudo muito mais óbvio, mas não menos difícil, do que a maioria das teorias sobre a sua morte. Ainda hoje, é o mais mediático e idolatrado dos rapazes do grunge.
Poucos meses antes do dia que escolheu para morrer, tem uma das mais brilhantes interpretações da minha música preferida que ele já cantou. Num ambiente quase fúnebre, questiona-se sobre onde a rapariga tinha dormido na noite passada.