FRIENDS
Sou do tempo em que não existiam além de dois, depois três e mais tarde quarto canais, portanto Friends passou-me ao lado.
Agora, sensivelmente com a mesma idade das personagens, vi todas as temporadas de Friends seguidas, não sabia nada da série ia com expectativas de que fosse trivial, achava mesmo que não era o meu género; enganei-me porque adorei.
Começamos a ver porque: passou e gravamos tudo seguido, tudo o que estávamos a ver foi acabando, passou a ser a nossa série de antes de ir dormir; dois episódios por dia para embalar; tipo dose diária recomendada valeu muito a pena.
Friends detém vários recordes: desde a série com maior orçamento até GOT, primeiro lugar em listas de coisas a ver para todos os gostos, maior audiência, maior influência, um número enorme de participações especiais e uma incubadora de talentos, é frequente vermos pequenas participações de atores que só muito mais tarde vingariam - damos por nós "olha este tão novo, mais aquele e o outro".
Talvez a febre Friends seja bem mais complicada, trabalhosa e profunda do que achava. Já que: a construção das personagens é ótima, tem evolução sem perder consistência ao longo das 10 temporadas, nem todos os episódios são brilhantes mas acho que ainda não se fez muito melhor no âmbito da comédia (género muito difícil) e podemos ver a evolução da cirurgia plástica na Courteney Cox e na Aennifer Aniston.
Sim: é uma série com estereótipos, mas todas as comédias bem-sucedidas têm esse padrão; identificamo-nos mais ou menos com esta e aquela personagem (por exemplo eu sou muito Mónica), talvez seja parte da receita do seu sucesso; criamos empatia pelas personagens e até (porque não) carinho. Sobre o final: detestei quem se revoltou com o final de GOT nunca viu Friends como eu vi.