Diário de uma pendura: Andar ou viajar de moto
Este ano para as férias planeamos uma grande aventura, no ano passado foi uma aventura bem mais pequena, 4500 km de moto várias paragens em 12 dias.
Objetivo: conhecer a Península Ibérica, pela costa do Mediterrâneo e Atlântico Norte.
Mas antes de falar da viagem convém clarificar algumas ideias erradas sobre andar de moto. Várias pessoas têm uma ideia romanceada do que é viajar de moto, mas é algo que requer: método, organização e prevenção; porque se corre mal corre muito mal.
Neste caso, para que uma viagem longa corra bem -na minha opinião para qualquer viagem-, com dois e moto carregada NÃO SE PODE ARRISCAR NA CONDUÇÃO, é imperativo INVESTIR EM EQUIPAMENTO ADEQUADO, levar algum material para fazer ajustes de mecânica básica (por exemplo: limpar e olear a corrente regularmente) e viajar sempre com água.
Nesta viagem cruzamos muita gente a viajar mas só, além de nós, dois motociclistas bem equipados: capacetes de gama média/alta -quanto vale a tu cabeça?-; luvas com proteções e reforço, casaco com proteções do maior nível existente no mercado, calças com proteções e kevlar, botas com proteções e, no nosso caso, cintas lombares para a postura e reforço lombar.
Portanto quando nos dizem:
- “Está calor ,está bom para andar de moto.”
Não, calor não é bom para andar de moto; o equipamento, que usamos sempre, aquece, faz suar e pesa, só o capacete são 1,5 a 2 kg na cabeça.
Quem não anda de moto desconhece que quando se viaja de moto para-se muito mais do que de carro, porque nada se faz em andamento. Para além do óbvio recurso ao WC, que também é necessário no carro, existem várias coisas que exigem paragem tais como: coçar, ajustar equipamento e/ou GPS, a necessidade de abastecer é muito mais recorrente, limpar o nariz, comer, ir ao telemóvel… Tudo isto se faz parado.
Assim viajar de moto é uma aventura mas antes de mais uma responsabilidade enorme, com um gozo e realização diferente de andar de carro, muito diferente.