Chernobyl (na minha vida)
Nascida em 1984 as memórias que tenho deste acidente nuclear são essencialmente o medo e a imagem das pessoas, especialmente crianças, doentes pela radiação. Tenho a perceção de que foi algo que mudou o mundo, em especial a Europa, apressando ao fim da URSS e deixando cair a ideia de um sistema infalível.
Lá em casa havia: uma criança de 20 meses, outra na barriga da minha Mãe e um Pai atento ao que se passava. O meu Pai falava sempre nas crianças, no que lhe tinham feito no que ainda estava para vir, o que seria delas; não deixando de pensar que eram crianças como as dele mas doentes. Lembro-me de uns anos mais tarde pedirem voluntários para receber “Crianças de Chernobyl” particularmente em zonas à beira mar, como onde moramos, para apanharem sol e receberem o iodo do mar; lá em casa falamos disso era mais de um mês no verão (julho ou agosto) mas como a família trabalhava em hotelaria não foi possível dispor.
Assim: tinha memória do acidente, tinha noção da escala das suas consequências, sabia que tinha explodido o núcleo durante um teste no reator e tinha uma ideia de como funcionava a coisa; mais pela curiosidade pessoal do que pelo sistema de ensino. Apesar de ter formação em Ciências até ao 12º ano, pouco ao nada se fala sobre o mundo real. Fica a dica aos professores de FQ aproveitem acontecimentos reais para explicar umas coisas aos alunos, é capaz de tornar tudo mais interessante.
Atendendo a todos este contexto tinha imensa curiosidade para ver a série, para saber o que passou e toda a verdade. Só conheci a série aquando ao Globos de Ouro, quando vi a carrada de prémios que ganhou e o assunto era do meu maior interesse, devoramos em menos de uma semana.
PS: decidi escrever primeiro sobre a minha prespetiva deste acidente, para contextualizar o que escreverei sobre a série.