Bridgerton
Devorei esta série de uma assentada, absolutamente irresistível, muito mais profunda e intensa do que mostra o trailer. É uma série de pessoas, de mulheres para mulheres e para alguns homens que possam estar interessados em aprender sobre mulheres. Muito bem escrita, realizada e com uma fotografia irrepreensível.
Reduzir esta série a adjetivação como “romântica sobre uma alta-sociedade alternativa” é errado e, efetivamente, redutor. Agrada-me que se aborde abertamente: o prazer feminino, a possibilidade de família e felicidade conjugal sem filhos, o que é ser mulher por si. Gosto do foco sobre descobrir o amor pela amizade e não apenas pela paixão; buscar ter ao nosso lado para o resto da vida o nosso melhor amigo, sendo este o segredo de um casamento feliz. Ainda que, pense que ninguém pode amar o que não achar belo.
Minhas senhoras, recomendo vivamente a série, sim particularmente às senhoras. Não por achar que o tema é feminino, mas porque acho que é um regalo para os nossos olhos o protagonista, pode até ser mais agradável vê-la sozinha que acompanhada. Poucas são as vezes em que existe a preocupação de agradar ao público feminino nesse sentido, portanto devemos aproveitar a oportunidade.
Não posso dizer que seja o tipo de séries que normalmente veja, mas esta entusiasmou-me e é diferente, realmente agradou-me. Não gosto de séries com o rótulo de femininas por serem ligeiras, como se as mulheres só gostassem de novelas, não achei a série ligeira penso que é até bastante profunda e introspetiva.
Nota histórica: é curioso verificar que, ainda que não da forma como é retratado na série, existiam de facto nobres negros e uma rainha de traços não caucasianos em Inglaterra. Essa rainha era alemã e tudo foi possível graças a um rei português, o que só dá força à minha tese de que sempre nos misturamos.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-48210712
Classificação: 17, de 0 a 20.