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O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

O Blog da Ervilha

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À Pendura: De Viana a Bragança

Distância: 250 a 270 km
Veículo: KTM 1290 super adventure s
Sistema de navegação: GPS TomTom, Aplicações de telemóvel, Mapa em papel.
Objetivo: Chegar a Bragança evitando grandes aglomerados populacionais e trânsito, pelo melhor trajeto e com as melhores vistas possíveis.

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Saímos de Viana do Castelo quando acordamos, carregamos a moto e montamos o GPS; tudo bem até à parte do GPS. Tínhamos feito antecipadamente os trajetos -ida, Parque Natural de Montesinho e volta- quando montamos o GPS os trajetos estavam lá, mas, mais uma vez, essa função não funcionou; optamos por fazer o trajeto por partes. Normalmente escrevo num papel os pontos chave do trajeto, para salvaguardar falhas como esta, vamos introduzindo os locais no GPS e verificamos se era o trajeto que queríamos antes de arrancar.

Partimos em direção a Vila Verde/Amares, por Barroselas, apanhamos obras e trânsito ainda nem tínhamos saído do distrito. Até sairmos de Barroselas foi o pior troço da viagem, tem trânsito e passa por freguesias com densidade populacional significativa, mas temos de sair por algum sítio e esta é a melhor opção naquele sentido. Aqui nem precisamos de GPS pois já conhecemos a estrada. Depois disso e fora das freguesias maiores, já se pode usufruir de belas paisagens e boas estradas para fazer de moto. No entanto, algumas partes requerem atenção redobrada, pelo traçado e falta de bermas.

Chegados a Amares, sentamo-nos, pegamos no mapa e no GPS, como já não tínhamos a certeza do trajeto começamos a reintroduzir a ida: Negrões, Chaves, Vinhais e Bragança. Ainda assim, tentou enviar por Braga, o que não queríamos, é uma questão de verificarem e introduzirem um local de passagem para alterar o trajeto, foi aqui que usamos o mapa.

A partir de Amares, até entramos na estrada que vai para o Gerês, correu tudo bem e como desejávamos. No entanto, por já ser setembro e segunda-feira, não esperávamos tanto trânsito em direção ao Gerês o que fez com que só voltássemos ao nosso ritmo após a rotunda de acesso ao Gerês. Depois disto, foi só usufruir.

Almoçamos na Barragem da Venda Nova, levamos água, sandes e fruta de casa -para ser mais fácil, cómodo e seguro- o que nos permitiu almoçar onde, quando e como quisemos.
No trajeto de ida incluí um dos meus traçados preferidos, a estrada de Negrões. Aquilo é lindo, além disso só tem os locais e umas autocaravanas, ainda pouco conhecido. Naquela zona, Montalegre, existem locais de beleza única e que devem ser explorados, este é um deles. A estrada até Chaves, por ali, é maravilhosa e com pouco trânsito.

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Chegados a Chaves fomos aos pasteis, que na última visita estavam fechados, são maravilhosos. Descansamos um pouco e esticamos as pernas, verificamos o resto do trajeto e fizemo-nos à estrada, e que estrada. O troço da nacional 103 de Chaves até Bragança, com passagem por Vinhais, é do melhor que já fizemos. Foi a primeira vez que fizemos aquela estrada, mas ficamos com vontade de voltar mais, adoramos, permite fazer o tipo de viagem que gostamos, impecável.

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Recomendo imenso esta viagem, sempre planificada ao gosto de cada um e com as devidas precauções, mas vale muito a pena.

Diário de uma Pendura: Valência

Valência: Excelente surpresa

Tínhamos apenas algumas horas o que nos obrigou a fazer opções, escolhemos as principais referências e mais próximas entre si. Deixamos a moto na garagem do hotel e fomos de autocarro para o centro de cidade.

Usando essas referências (Mercado Central, A longa da seda, Bairro del Carmen, Museu de Belas Artes, Basílica Real, Centro Histórico, Catedral, Praça do Ayuntamento…) fomos deambulando pela cidade e acabamos por encontrar recantos absolutamente mágicos. Vimos e conhecemos mais do que imaginávamos.
À medida que saíamos do centro turístico, atendendo a que já era noite, a realidade não era de cartão postal. Conhecer uma cidade não é apenas tirar fotos para as redes sociais, é também andar pelos locais menos turísticos. Nesse sentido, acabamos por voltar a pé para o Hotel.
Em Valência deixamo-nos levar pela cidade e pelo movimento das pessoas. Foi um daqueles momentos em que nos deixamos ir, onde nos perdemos e encontramos o que procurávamos, onde nos deixamos maravilhar por cada recanto descoberto! Valência é uma cidade viva de que gostamos bastante, juntamente com Sevilha, é um local onde poderemos voltar.

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DORMIR: Não recomendo Hotel Malcom and Barret: caro; um quarto que só cabia a cama, nem dava para circular e não é central. No entanto, tem um excelente pequeno almoço.

COMER: Não faço ideia, comemos um restaurante de paella mas acho que nem era típico, comida normal. Também é bastante turístico e os preços são altos.

 

Diário de uma Pendura, porquê?

A ideia de relatar viagens de moto da perspetiva de quem organiza a logística recreativa (a mecânica fica a cargo do condutor) e viaja à pendura surgiu quando tentei encontrar informação e havia muito pouco escrito sobre isso, especialmente em Portugal. Se repararem neste país é, geralmente, um homem por moto. Em alguns casos (normalmente em grupo) vêem-se alguns casais e ver uma mulher a conduzir moto é um acontecimento notável.

Falo com algumas penduras e a maior motivação para saírem à pendura é: gastronómica. Dar uma voltinha de um dia ou meio dia, ir comer fora, apreciar umas paisagens e feito; duas ou três vezes por ano, mais de metade é isto. A maioria só o faz porque o companheiro a “chateia muito!”. Pessoalmente gosto de passeios pequenos e grandes, preferencialmente no registo a três, o casal e a moto.
A maior e mais espetacular viagem que fizemos, até hoje, foi no verão passado, com a nossa querida Honda NC750X. Durante 13 dias e mais de 5000 km, pelas fronteiras de Espanha. Ficamos a conhecer melhor o país vizinho e pudemos rastrear lugares a voltar, outros simplesmente riscamos.

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Tudo foi antecipadamente planeado e reservado, neste tipo de viagens nada deve ser deixado ao caso. Todos os locais de estadia tinham roteiro turístico feito e reserva de hotel, com garagem para a moto. Todos os trajetos tinham locais de passagem com pontos de interesse, mas muitas vezes fizemos desvios, só para ver isto ou aquilo que gostamos na passagem. Viajar de moto permite isso, ir num instante ali só ver o que é e voltar ao trajeto planeado, sem perder muito tempo com a (quase) certeza que passas em todo o lado.
Comecei o diário da viagem, mas não acabei, passo a descrever o roteiro. Até ao dia 6 já está escrito no blog, portanto retomo a partir daí.

Roteiro da viagem:

Dia 1: Viana do Castelo – Miranda do Douro

Dia 2: Miranda do Douro – Évora (por Espanha)

Dia 3: Évora – Sevilha

Dia 4: Sevilha – Málaga

Dia 5: Málaga – Cartagena

Dia 6: Cartagena – Valência

Dia 7: Valência – Barcelona

Dia 8: Barcelona (paragem)

Dia 9: Barcelona – Saint Savin, pireneus franceses

Dia 10: Saint Savin – Pamplona

Dia 11: Pamplona – Bilbao

Dia 12: Bilbao – Riaño, parque natural de Picos de Europa

Dia 13: Riaño- Viana do Castelo

Numa viagem de tantos quilómetros e durante tantos dias, depois de muita leitura, percebemos que é sensato parar pelo menos um dia, mais ou menos a meio. Para descansar o corpo e lavar roupa 😉

Aconselho a fazerem a paragem num local calmo e efetivamente descansar, optar por uma grande cidade (como fizemos) tem prós e contras. Pró: tens mais tempo para visitar locais de interesse; Contra: estás cansado, não tens energia para o fazer devidamente.

O ideal será rolar um dia e visitar noutro dia, o que implica duas noites no mesmo local. Não foi o que fizemos porque: era muito tempo e o orçamento não dava. Acabamos por no mesmo dia rolar, em média, 400km e caminhar 10 a 12 km; depois disto estivemos 3 dias sem sair de casa, só a recuperar das férias.

Com esta experiência alteramos a organização diária, andar de moto 200 a 300 km por dia e visitar os locais no mesmo dia. Isso permite combinar ambas as coisas no mesmo dia, mantendo algum equilíbrio físico e mental. Como casal, gostamos de andar de moto mas também conhecer novos locais. Logo o ideal é andar de moto, devidamente equipado, mas chegar, refrescar e turistar (usar roupa leve e sapatilhas, arrumar a moto na garagem, andar a pé ou de transportes públicos, deambular e conhecer). Como podem verificar sugestões não faltam, planos também não, faltam é normalidade e euros.

Stateless, Minissérie

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Stateless é uma minissérie Netflix que retrata o interior dos campos de refugiados na Austrália, ainda que a personagem central seja uma cidadã australiana detida erradamente. É baseada num conjunto de histórias reais, tem a mão de Cate Blanchett, um elenco muito australiano e cheio de caras conhecidas. A narrativa centra-se essencialmente sobre três histórias:

  • Uma australiana com problemas psiquiátricos, Sofie. Ela foge de uma vida que não deseja, não entende e sobre a qual perdeu o controlo; precisa, mesmo recusando, de ser tratada e do auxílio da família. Existe um conjunto de circunstâncias que desencadeiam na personagem Sofie, brilhantemente interpretada por Yvonne Strahovski, comportamentos que sugerem doença psiquiátrica. Considero que a narrativa associada a esta personagem é confusa, pouco clara e fica muito por explorar. A forma como está filmada talvez seja propositada, para que o telespetador se sinta mais próximo do que a personagem sente, pessoalmente não me agradou.
  • A história da família afegã (pai, mãe e duas filhas). Aqui podemos fazer paralelo com os milhares que chegam à Europa, em circunstâncias muito semelhantes. É possível concluir que apesar da Europa dar o seu melhor e lidar com números bem maiores, mesmo o sistema australiano tendo falhas básicas, ser refugiado na Austrália é bem melhor do que sê-lo na Europa. Esta narrativa é mais fácil de seguir e achei que retrata bem um enorme número de situações do quotidiano mundial, muito real, triste e duro.
  • Cam, o “guarda prisional”. Na realidade aquilo não é uma prisão, mas parece, logo o Cam será um dos vigilantes que assegura e o normal funcionamento do local. No entanto, este homem tem: consciência, empatia, família (onde se incluí uma irmã que luta pelos direitos dos refugiados) e é honesto. É talvez a personagem mais humana e normal da trama, que tal como Clare, não sabia no que se estava a meter. Tanto Clare como Cam mostram como, os processos, protocolos e procedimentos, facilmente desumanizam um individuo integro e com ideais.

Nota: Aqui poderia incluir a Clare, uma personagem muito importante para a história, mas a narrativa não lhe dá o tempo de antena e o destaque que merece. É uma burocrata, determinante no desenrolar da ação, uma personagem complexa, mas pouco explorada.

 

No geral, gostei da minissérie que tem um final que não é final, como na vida real, as vidas ali retratadas continuam. É muito interessante, porque nos permite conhecer melhor um país tão pouco retratado no ecrã como a Austrália, mas não me deixou colada e com vontade de ver uns episódios atrás dos outros.

 

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