Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

Diário de uma pendura: Málaga-Cartagena

Entre Málaga e Cartagena percorremos 430 km; uma grande parte da estrada era paralela ao Mar Mediterrâneo. Consegui usufruir de vistas sublimes, muito mais apreciadas pelo pendura do que pelo condutor, neste campo o pendura tem clara vantagem sobre o condutor da moto.
Neste trajeto tivemos bastantes dificuldades na condução: devido ao vento que se fez sentir muito forte e em todas as direções. Assim, não aproveitamos na plenitude as vistas e o traçado, que era maravilhoso, mesmo assim valeu muito a pena; apesar de ser um estouro para o corpo este tipo de condições climatéricas.

Grande parte desta “etapa” decorreu nas A7/AP7, mesmo não sendo estradas pequenas e secundárias -para onde nos dirigíamos sempre que possível- permitiu-nos ter a perceção de que aquela zona é lindíssima e aparentemente ainda pouco turística, por exemplo Almuñécar na Região de Granada, achei um encanto. Vale tanto a pena fazer este troço lado a lado com o Mare Nostrum, é uma experiência inesquecível e as imagens que retemos são únicas.
À medida que nos aproximávamos de Almeria tudo era mais feio, há uma quantidade de estufas inacreditável que estragam completamente a paisagem, espero que sejam muito lucrativas porque para quem passa são apenas poluição visual.  
Chegamos ao hotel pelas 20h locais, entre a viagem de moto e a visita a Málaga estávamos extenuados, mas fomos recebidos em grande no Hotel NH Campo Cartagena. Logo no check-in informaram que fomos escolhidos como clientes do dia o nos valeu: uma suite superior, bolo, máquina de café no quarto, late check-out e oferta do jantar (dentro do menu do dia); mesmo que precisávamos depois de Málaga e daquela viagem; posto isto já nem saímos do hotel. Jantamos por lá, que foi bastante bom (recomendo o salmorejo), e ficamos a descansar que bem falta nos fazia.

IMG_20190731_204916.jpg

 

Diário de uma Pendura: Málaga (dia 5)

Málaga conhecida por ser uma cidade do Mediterrâneo e a cidade onde nasceu Picasso, fica muito bem no folheto tem imensos locais de interesse, mas lá chegados é tudo muito pouco impressionante e bastante mais pequeno do que parece nas fotos de divulgação.

A nossa perceção é que é: uma cidade feia, com gente estranha, turismo do mau e uma má onda que se sente em todo o lado. Digamos que Málaga é semelhante a qualquer cidade do Algarve no mês de agosto mas ainda pior, porque a malta é mais antipática e come-se mal, até no BurguerKing.
A cidade tem um centro histórico pequeno e concentrado; logo visita-se rápido. No entanto, não é bom porque: tem muita gente por todo o lado, o nível do turismo é baixo, existem demasiadas trotinetes elétricas (assistimos a um atropelamento e a corridas em todos os lugares, a Polícia é claramente insuficiente); exceção feita aos Locais, só encontramos gente rude e mal educada, a falta de civismo impera em Málaga. Posto isto, saímos de Málaga fugidos para Cartagena.
Se pensarem ir Málaga recomendo que: vão para outro sítio…

IMG_20190731_122751.jpg

 

Chernobyl (A série)

A série é soberba, por muito que goste de outras, entendo o porquê desta minissérie ter arrecadado tantos prémios. No final do primeiro episódio estava bastante perturbada e angustiada, já vi muitos filmes e séries mas não tenho memória de algum ter este impacto em mim [Talvez só O Rapaz do Pijama às Riscas].

Talvez estas sensações estejam agudizadas pelo que experienciei aquando deste acontecimento histórico (como escrevi antes); e obviamente que o facto de por serem acontecimentos reais, com extenso impacto em vidas humanas e numa extensa área afetada. Assim, logo no primeiro episódio percebi que ia ser uma excelente série, a sensação de realidade que nos dá é muito poucas vezes conseguida, de forma tão eficaz.
Vou tentar evitar contar a série - mesmo sendo sobre factos reais e todos sabermos como acabou, mesmo conhecendo algumas curiosidades como a da ponte da morte - existem muitos factos revelados que tornam a série um verdadeiro documento histórico muito interessante e envolvente, não quero estragar isso.
Começamos logo a perceber que aquilo foi um conjunto de disparates gerado por menos de um punhado de homens com: grandes egos, muita arrogância, ganância e alguma ignorância e até ingenuidade. E isso perturba ainda mais, porque de facto não tinha de ser assim.


A série está muito bem escrita, muito bem produzida e realizada e os atores são absolutamente brilhantes; imagino que o orçamento tenha sido astronómico (não encontrei dados sobre isso, mas só os cenários…).
Tem de ser destacado o trabalho dos três atores principais: Jared Harris, Stellan Skarsgårde e Emily Watson; nos papeis de Valery Legasov, Boris Shcherbina e Ulana Khomyuk, respetivamente. Estas são personagens complexas, reais (exceto a última, que foi criada para representar toda a comunidade científica envolvida neste desastre, o que não a torna mais fácil) e construídas a partir da informação existente, que atendendo ao contexto não deve ser muita. Tudo isto culminou num excelente resultado só possível com muito talento, mas também muito trabalho feito antes das rodagens. 

  • Valery Legasové um cientista soviético que é intimado pelo governo para explicar o que se passou e ajudar a decidir o que fazer neste caso, é um homem admirável. Se aquilo não foi pior a ele, e a Boris Shcherbina, se deve. Ele é o espelho de uma União Soviética em decadência, alguém que já comungou dos ideais, mas com o passar do tempo percebeu que aquilo não correu como seria de esperar. Põe a sua vida em risco várias vezes pelas posições que toma, pela defesa da vida humana e pela reposição da verdade.
  • Boris Shcherbinao homem errado que afinal foi o certo. A personagem é bastante complexa e muda ao longo da série; à medida que experiencia vários dilemas: morais, éticos e existenciais. É na minha opinião a melhor personagem e a melhor interpretação de todas.
  • Ulana Khomyuk a segunda melhor personagem da série, muito complexa e bem interpretada não podemos deixar de admirar a sua coragem, determinação e humanidade.

    Portanto, toca a ver este incrível documento histórico tão brilhantemente concretizado. Considero que dada a sua importância bem podia ser passado nas escolas, como introdução à tabela periódica.  
    Preparem-se para um choque de realidade, seguidos de alguma angústia e perturbação. Se não mexer com vocês procurem ajuda, é impossível no final daquilo tudo não ter vontade de bater naqueles três palermas 

     

     

Chernobyl (na minha vida)

Nascida em 1984 as memórias que tenho deste acidente nuclear são essencialmente o medo e a imagem das pessoas, especialmente crianças, doentes pela radiação. Tenho a perceção de que foi algo que mudou o mundo, em especial a Europa, apressando ao fim da URSS e deixando cair a ideia de um sistema infalível.
Lá em casa havia: uma criança de 20 meses, outra na barriga da minha Mãe e um Pai atento ao que se passava. O meu Pai falava sempre nas crianças, no que lhe tinham feito no que ainda estava para vir, o que seria delas; não deixando de pensar que eram crianças como as dele mas doentes. Lembro-me de uns anos mais tarde pedirem voluntários para receber “Crianças de Chernobyl” particularmente em zonas à beira mar, como onde moramos, para apanharem sol e receberem o iodo do mar; lá em casa falamos disso era mais de um mês no verão (julho ou agosto) mas como a família trabalhava em hotelaria não foi possível dispor.

Assim: tinha memória do acidente, tinha noção da escala das suas consequências, sabia que tinha explodido o núcleo durante um teste no reator e tinha uma ideia de como funcionava a coisa; mais pela curiosidade pessoal do que pelo sistema de ensino. Apesar de ter formação em Ciências até ao 12º ano, pouco ao nada se fala sobre o mundo real. Fica a dica aos professores de FQ aproveitem acontecimentos reais para explicar umas coisas aos alunos, é capaz de tornar tudo mais interessante.
Atendendo a todos este contexto tinha imensa curiosidade para ver a série, para saber o que passou e toda a verdade. Só conheci a série aquando ao Globos de Ouro, quando vi a carrada de prémios que ganhou e o assunto era do meu maior interesse, devoramos em menos de uma semana.
PS: decidi escrever primeiro sobre a minha prespetiva deste acidente, para contextualizar o que escreverei sobre a série.

Chernobyl_HBO.jpg

 



Mais sobre mim

imagem de perfil

Arquivo

  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2020
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2019
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2018
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2017
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2016
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2015
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2014
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2013
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2012
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2011
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2010
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2009
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2008
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub