Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

Cozinha Confidencial de Anthony Bourdain

Cozinha-Confidencial.jpg


Comecei a ler este livro há algum tempo mas acabei-o ontem, tive necessidade de o suspender por falta de tempo mas não só. Tinha este livro para ler há já algum tempo, precisava de o ler da mesma forma que tinha de ver a última temporada do Parts Unknown, como toda a gente que apreciava o Tony, precisava disto. Mas, neste momento, não quero falar disso, mas sobre o livro.
Cozinha Confidencial, não é o primeiro livro de Anthony Bourdain, é uma Ode à comida: tanto para quem a come como para quem a cozinha. Embora seja recomendado maioritariamente como um manual de leitura obrigatória para quem pensa entrar no ramo da alta gastronomia, é restringi-lo a um público reduzido e que não corresponde ao potencial da obra. Na minha opinião é uma biografia tão crua e tão dura como a realidade do dia-a-dia, de toda e qualquer profissão atual quando executada a alto nível. Escrita por uma pessoa direta, clara, sem rodeios e clarividente, que todos conhecemos. Uns gostam outros detestam, outros (como eu) adoram com quase idolatria.
Neste livro podemos entrar na vida do Tony desde que começou a comer - antes do preciso momento em que deixa de se alimentar para passar a comer, quem adora comida sabe perfeitamente a diferente entre alimentar e comer- até aos longos anos como Chef de um Restaurante de renome em Nova Iorque, em que um dos proprietários era português. No livro existem imensas referências a Portugal, aos portugueses, à nossa gastronomia, à influência na nossa cultura na boa gastronomia e na vida de Anthony Bourdain.
Este livro tem momentos muito sérios, de reflexões muito profundas sobre assuntos delicados, de quem viveu na primeira pessoa. Tem momentos satíricos com personagens descritos de forma que todos identificamos alguém que conhecemos, especialmente quem trabalhou, viveu e cresceu em hotelaria. Por exemplo, como é constrangedor ver a desgraça de pessoas neste ramo que até eram bem-sucedidas noutro; mas insistem no maravilhoso mundo da hotelaria, que na realidade é uma prisão que os vai privar de coisas que nunca mais poderão recuperar, antes de deixarem tudo para abrirem um negócio deste tipo leiam este livro e não se metam nisso.

Este livro está bem escrito, lê-se bem, tem um excelente equilíbrio entre realismo e humor. É como o autor tem momentos: engraçados, apetitosos, sérios, deprimentes, hilariantes, entusiasmantes e dolorosamente realistas. No entanto, não me parece um livro que todos consigam ler, pelo menos na totalidade, tem várias dicas culinárias e sobre cozinha para quem não gosta pode passar à frente porque os capítulos estão bem definidos. Sabendo o final do autor existem passagens difíceis de ler, especialmente quando estamos dentro do assunto, não há justificação nunca haverá, podemos sempre conhecer a pessoa e acabar por perceber que pode ser qualquer um; porque é impossível não nos identificarmos com o que escreve e com a pessoa que era.

Diário de uma pendura: Évora-Sevilha, O percalço (dia 3)

Atendendo ao baixo nível do Hotel e depois de um pequeno-almoço mau saímos, desgostosos, carregamos a moto e pumba o primeiro e único grande percalço da viagem: ficamos sem GPS.
Um problema de software deixou-nos sem GPS, comprado propositadamente para evitar problemas ao usar telemóvel (sobreaquecimento, ligação de cabo e não é tão fiável como um equipamento feito unicamente para o propósito de navegação); com isto não tínhamos instalado sistemas de navegação nos telemóveis, que recentemente tínhamos “limpo”. Atendendo a que estávamos numa cidade portuguesa tentamos encontrar uma Worten, cadeia da compra, para tentar resolver.
Chegados a uma Worten, usando direções das pessoas o que não é simples, esperamos muito para ser atendidos e começou a saga das atualizações de software que passadas 5 horas do incidente inicial não deram em nada. Entretanto: almoçamos à vez, ponderamos comprar outro GPS (ideia que abandonamos rapidamente porque podia acontecer o mesmo e voltávamos à estaca zero) e instalamos a aplicação Sygic nos telemóveis. Instalar nos telemóveis um sistema de navegação, coisa que devíamos ter feito antes de sair de casa, demora bastante. Além da aplicação temos de instalar os mapas país a país, se falha algo enquanto baixamos o mapa volta à estaca zero; por isso instalamos só os mapas de Portugal e Espanha, com o WIFI da Fnac não dava para mais e já foi um desespero, o da Worten nem dava para instalar nada. Com esta solução subimos para a moto, já de cabeça cheia depois de horas parados num shopping, e seguimos para Sevilha pela nacional.
Ao viajar pela nacional entre Évora e Sevilha passamos por locais e localidades bem bonitos e diferentes, mas não reparamos em grande coisa porque estávamos com uma touca do tamanho do mundo. Isto porque entre a avaria (5 a 6 horas parados) e os mais 300 km de viagem foi-se o dia, logo ao terceiro dia tínhamos um dia de atraso para recuperar.
Pelas 20:00 Chegamos ao Hotel em Sevilha passou tudo, que excelente: Hotel, quarto e simpatia -com BurguerKing ao lado- depois do que tínhamos tido parecia um sonho. Um 4*, por menos de 60€ (se soubesse a quantidade de vezes que o meu marido disse: “Tens a certeza que foi só isso?!”), que mais parecia 5*. Chegados foi comer no BurguerKing, tomar banho e aproveitar para descansar no luxoso quarto de Hotel.
Felizmente hoje podemos dizer: avariar o GPS foi o pior que aconteceu na viagem. Aprendemos a não sair de casa sem o plano B de navegação, neste momento já ficamos novamente sem GPS e temos reservas sobre a utilidade atual deste tipo de dispositivos.

IMG_20190729_232505.jpg

 

Diário de uma pendura: Évora (Comer-Dormir-Visitar)

Dormir: Hotel Casa do Vale - NÃO
Chegados a Évora, apanhamos um susto logo com o Hotel, que acabou por ser o pior de toda a viagem. Fiquei com a impressão, no momento da busca para reservar, que os hotéis aqui são caros e com má relação preço/qualidade –se comparados com outros locais, especialmente com Espanha ali ao lado- assim acabam por empurrar as pessoas para outros lugares.
Ficamos alojados no Hotel Casa do Vale, um 3* muito caídas que seria no máximo 2*. Com Ar Condicionado avariado em final de julho no Alentejo, péssimo chuveiro, pouca higiene, cheiro a mofo, ventilação de WC avariada e mau colchão; quando tudo o que queríamos era um bom banho e um bom descanso, foi uma péssima experiência (estava bem cotado no booking e tripadvisor, precipitei-me porque se fosse aos comentários recentes não teríamos ficado ali). Não foi nada barato para o que ofereciam: 63,40 uma noite para dois com pequeno-almoço, mesmo o pequeno-almoço era mau, parece impossível. Se forem a Évora não recomendo estadia aqui. 

Comer: Tábua do Naldo – SIM, sim, mil vezes sim
Depois de instalados no Hotel tínhamos de ver onde jantar, uma das minha funções, siga para o TripAdvisor. Existiam várias opções mas nós tínhamos um orçamento por refeição que, de comum acordo, decidimos estourar. Estávamos no Alentejo e decidimos não poupar em comida, poupamos em Espanha onde se come (geralmente) mal; decisão acertada. A escolha foi restaurante A Tábua do Naldo.  Revelou-se a melhor refeição da viagem, aliás uma das melhores refeições do ano.
O que comemos: tábua de entradas (muitas e maravilhosas), porco preto e tábua completa de sobremesa (eram várias, mas algumas destacavam-se só não digo quais porque todas eram boas e é algo muito subjetivo); bebemos um excelente vinho local Circii, ano 2017.
O vinho foi escolhido por mim, como sempre, mas desta vez tinha de me exibir porque tinha acabado há três dias uma formação de vinhos, onde realmente aprendi imenso e estava ansiosa para pôr em prática. Apesar de notarmos algum mau estar entre o pessoal da sala e da cozinha*, são aquelas coisas que só quem já trabalhou naquele meio nota, foi fácil abstrairmo-nos e passar um bom momento entre vinho e petiscos a dois, como estávamos a precisar há algum tempo.
Atualmente jantar fora não é apenas comer e beber, é cada vez mais: o momento vivido, a experiência partilhada, a busca de alguma abstração e felicidade, aqui conseguimos isso. Se vierem a Évora aconselho comerem aqui, a nossa degustação não ficou barata, mas valeu cada cêntimo, porque estava tudo delicioso e experimentamos coisas realmente novas e boas. Que era o que pretendíamos.
Nota: reservem, mesmo 3 horas antes, só conseguimos a última mesa por sermos apenas dois.

IMG_20190728_212039.jpg

IMG_20190728_215943.jpg

IMG_20190728_220810.jpg

 



Visitar: Centro Histórico- SIM
Para nós visitar é: andar, deambular e descobrir, com poucas expetativas. Fomos andando e o queixo foi caindo, Évora é uma cidade lindíssima. O largo central com o Templo é de incontornável beleza, talvez o facto de ser de noite até lhe dê mais encanto, a Pousada também é muito bonita. A Sé é magnífica e uma boa mistura arquitetónica, tenho a dizer que tentamos, em vários ângulos e locais, fotografar a magnifica torre da Sé mas fomos mal sucedidos; nenhuma foto faz justiça à sua beleza, portanto façam o favor de visitar e ver com os próprios olhos.
Assim, Évora vale a visita e gostava de voltar, estivemos lá muito pouco tempo e sem luz natural. 

IMG_20190728_225103.jpg

IMG_20190728_230745.jpg

 

*Era domingo à noite e quem já trabalhou em hotelaria sabe que aquelas pessoas, naquele momento, já estão há demasiado tempo juntas. Sendo que já todas cometeram erros que chatearam um ou outro desde o serviço de jantar de sexta, além de que se sentia a falta da mão do Naldo. Mesmo sendo a primeira vez que lá fomos era percetível a falta do homem do leme, até porque ouvimos os colabores mencionar isso e ligar-lhe várias vezes.

 

 

Tarte de Amêndoa (a minha receita)

Ingredientes para a base: 

200 g farinha;

100 g açúcar;

100 g manteiga (uso magra presidente com sal, usem manteiga a sério)*;

1 ovo;

1 colher de chá de fermento; 

3 colheres de sopa de leite (usei magro, não gosto de outros logo não tinha outro em casa)**.

 

Ingredientes para a cobertura:

160 g de amêndoa laminada; 

175 g de açúcar;

150 g de manteiga*;

4 colheres de sopa de leite**.

 

Modo de preparação:

Para a base:

Comece por ligar o forno, progressivamente, até aos 180º e pré-aqueça-o.

Coloque todos ingredientes num recipiente e bata-os até obter uma massa homogénea. A massa é espessa e consistente, é normal não ser tão liquida como quando se bate um bolo porque tem só 1 ovo.

Forre uma tarteira de fundo amovível como papel vegetal, facilita desenformar e a lavagem da forma (que particularmente detesto).

Verta a massa na tarteira e espalhe-a de forma uniforme, recorra a um salazar que facilita. 

Coza a base durante 15 minutos a 180º, no forno previamente aquecido.

 

Para a coberta:

Coloque todos os ingrediente numa panela pequena, leve a lume brando, mexa ocasionalmente. Quando a mistura apresentar uma consistência homogénea (excepção feita às amêndoas, claro!) retire-a do lume. 

Em seguida coloque-a, ainda quente, em cima da base já cozida e espalhe a cobertura com o salazar.

Grande final:

Volte a colocar a tarte por mais 20 minutos a 180º, controle a cozedura pela tonalidade da cobertura. Sem abrir a porta do forno vá verificando a coloração, mais ou menos dourado, conforme o seu gosto pessoal. 

Depois de pronta deixe arrefecer para desenformar, se não esperar para desenforma a cobertura escorre.

Aguarde para comer, até arrefecer. Ela é deliciosa morna, mas cola aos dentes :) 

 

 A receita é ligeiramente dispendiosa, especialmente pelo preço das amêndoas. 

 

TarteAmendoaBlog.png

 

Notas sobre os fornos elétricos:

1. Bolos, tartes, bolas e coisas desse género cozem-se com ventilação, em fornos elétricos.

2. Se começarem por ir aumentando a temperatura gradualmente, por exemplo 50º-100º-150º-180º, o forno tem um pré-aquecimento mais eficiente e o vosso contador da eletricidade não entra em colapso nervoso.

Diário de uma Pendura: Miranda do Douro-Évora (dia 2)

Esta era uma das etapas que mais temíamos: pelo número de quilómetros, pelo tempo em cima da mota e pelo cansaço, estatisticamente falando era a etapa que poderia correr pior. Antes de nos fazermos à estrada tivemos direito a pequeno-almoço à moda antiga transmontana: torradas de pão transmontano caseiro, café feito na panela como fazia a Avó Maria e bôla doce da Madrinha. Últimos mimos dados, beijinhos, abraços, recomendações, os avisos habituais “Vão com cuidado. Tenho cuidado. Sempre com juízo.” e siga que se faz tarde.
No ano passado fizemos a EN-2, portanto não tínhamos necessidade de repetir paragens pelo país. Assim a nossa planificação era ir diretamente para Évora, que não conhecíamos, e daí para a costa Espanhola do Mediterrâneo. Deixamos o percurso a cargo GPS, que nos enviou por Espanha até ao Marvão; felizmente porque as estradas espanholas são muito melhores, neste percurso nunca fomos em auto-estrada mantivemos os nossos planos de ir por nacionais, sempre que possível.
Algures no percurso deparamo-nos com um complexo edificado que nos chamou à atenção, não temos intercomunicadores -ótima opção, para viajar em paz e sossego- logo que toquei nas costas, encostamos e foi: “Paramos aqui para dar uma vista de olhos?! –Siga.”. [Normalmente estamos de acordo no que visitar e fazer, salvo algum condicionamento, as nossas vontades estão alinhadas.] Tinhamos esbarramos com: Ciudade Rodrigo. Não conhecíamos, nunca tínhamos ouvido falar mas ficamos bastante impressionados logo à entrada e fomos ficando cada vez mais impressionados como encontravamos. Em excelente estado de conservação, organizada, limpa e imponente, com imensa diversidade arquitetónica e histórica. Fiquei com vontade de voltar e explorar mais, se conhecêssemos talvez tivéssemos feito escala aqui. Esta é uma das vantagens destas viagens selecionar locais que valem a pena e outros que não, fazer um rastreio sem ter de comprometer umas férias inteiras.

IMG_20190728_135426.jpg

 


Sobre as estradas, já antes de Ciudad Rodrigo seguíamos pela EX-109, mas foi a partir daí que achei a estrada bem mais bonita e interessantes. Menos plano, menos retilínea e com mais diversidade paisagística. Enquanto viajantes adoramos apreciar a diversidade de: plantações, animais, cheiros e fazer a, inevitável, comparação de um lado e outro da fronteira. Somos amantes, apreciadores e respeitadores da natureza, viajar de moto coloca-nos bem mais próximos dela.
No trajeto, mas sem tempo para parar, passamos por Alcantara em Espanha, senti o efeito UAU e fiquei com muito pena de não ter parado. A nossa viagem estava focada em cidade e tínhamos de nos manter dentro da planificação, mas ficou a ideia de fazer um roteiro de Castelos e Muralhas de Península ibérica. No entanto, se passarem por perto deem lá um salto, vale a pena. Ficamos com aquela sensação de sermos especiais por pisar onde milhões pisaram antes de nós, com propósitos mais ou menos sórdidos.
A estrada continuou incrível, atestamos antes de entrar em Portugal, entramos em Portugal pela Serra do Marvão e seguimos para Évora. Estávamos cansados e sem muito tempo. No entanto, aquela zona tem paisagens incríveis, cidades lindas e sendo Alentejo bom vinho e boa comida garantidamente; outra zona que merece um saltinho com mais tempo; enfim chegamos a Évora.

Nota sobre a fauna: do lado espanhol existiam mais aves selvagens do que do português, essencialmente aves de rapina de grande porte, que por terras lusas, apesar de mais frequentes acada ano, ainda são uma rara aparição.

Diário de uma pendura: Viana do Castelo-Miranda do Douro (dia 1)

 

A 27 de julho de 2019 começamos a nossa primeira grande viagem de mota, a previsão era de: 4500 km, 13 dias (12 noites) e outras tantas cidades. Partimos de Viana do Castelo (casa) com um típico dia de verão na cidade: chuva e vento.
Saímos de casa com chuva e vento até Vila Real, tanto a chuva como o vento tiveram variações de moderados a fortes. Só isto podia dar para desanimar, confesso que desanimou um pouco, mas pensamos que era uma boa hipótese para testar a impermeabilização do equipamento logo no início. Tanto o fato de chuva como as botas aguentaram-se à bronca mas as luvas nem por isso -normalmente levamos luvas de latex para meter por baixo mas na última viagem desfizeram-se e ficou uma porcaria então fomos só mesmo com luvas de verão- aqui recomendaria levar umas luvas impermeáveis por baixo. O meu capacete tinha uma pequena folga na borracha e é logo uma chatice que está sempre a embaciar porque não tinha Pinlock, lá terá de ir para a garantia. Até Vila Real foi só andar, autoestrada e só paramos mas abastecer. Chegados a Vila Real e sem chuva, tiramos a tralha toda e saímos para percorrer as nacionais.
Gosto muito de viajar e conhecer coisas novas, mas de moto é outro registo. Andar em ritmo de passeio, aproveitar as vistas, abrir o capacete sentir o vento e o cheiro das coisas, a natureza a tocar quase todos os sentidos. Viajar na região do Douro é um regalo: as paisagens são de cortar a respiração. O Alto Douro Vinhateiro tem muita fama, mas toda é pouca.
O xadrez de cores formado pelos socalcos das diferentes culturas da região, porque não é apenas vinha, faz desta região a mais bela de Portugal; o local onde Homem e natureza tem o equilíbrio perfeito e o resultado está à vista. Gosto muito do Minho, do seu clima ameno e da Serra do Gerês; da Costa Alentejana e da Madeira, mas quando percorremos a Região do Douro nem sabemos onde pousar os olhos tal é a beleza que nos rodeia. Estava verdadeiramente maravilhada (mesmo depois da Escócia e de várias idas ao Douro em diversas épocas do ano), talvez porque tínhamos levado com tanta água e vento na tromba que tudo parecia ainda mais maravilhoso, foi um momento único e esplendido.
Chegados a Miranda do Douro fomos diretos visitar a Família Garcia, do marido, que era o propósito desta paragem: mimo, saudosismo, carinho e partilha familiar. Miranda do Douro merece a visita, mas não posso recomendar onde comer e dormir porque isso fica sempre a cargo da família que é impecável.

IMG_20190727_182144.jpg

Imagem da casa da avó paterna do meu marido, onde ele e o irmão passaram muito tempo das férias na infânica. Local onde -segundo o próprio- um mês sem supervisão parental dava direito a uma transformação radical de visual. Uma dieta equlibrada à base de mimo, selvagaria, pão, doces e enchidos. Tudo isto resultava numa grande vontade de viver assim para sempre, pedir a emancipação e fugir dos pais. 

Melhor e mais importante série(minissérie) de sempre: Our Planet da Netflix

 

ourplanet.pngEsta é a primeira coisa que vejo na televisão cá de casa em que noto justificar-se ter uma TV Ultra HD 4K: a produção, a imagem, a montagem e tudo que está relacionado com qualidade de imagem são do melhor que já vi, parecem aqueles vídeos feitos para promover as TVs nas lojas. 
No entanto, não é apenas por isso que esta é a melhor e mais importante série/minissérie que já foi feita. A temática da série Our Planet é, mais do que nunca, pertinente: as alterações climáticas, as suas consequências, o impacto de cada alteração em cada habitat e as respetivas relações em cadeia que estas desencadeiam. As imagens chocam, tem imagens verdadeiramente chocantes e emocionantes, mas os números são ainda mais aterradores que as imagens. Coisas como: em 40 anos a população da terra duplicou, a população de tubarões decaiu 90% em 10 anos, uma espécie borboletas é apenas 1% da população que tinha há 10 anos e a importância vital da Amazónia, que agora vemos destruir, para o equilíbrio do nosso planeta; mas há muito mais…
Aprendemos imenso e ficamos ainda mais apaixonados pela natureza. Somos interessados pela natureza, pela ecologia e temos alguma formação na área, mas o documentário está muito bem feito e tem imensas espécies que das quais desconhecíamos as suas particularidades. É imperativo que todos vejam esta minissérie, que abram os olhos e mudem hoje, porque é claro que amanhã é incerto e o que foi ontem nunca mais será.
Isto não é apenas uma produção, é um projeto. Enquanto professores ficamos muito impressionados e interessados em usar os recursos que dispõe em sala de aula. Num mundo, cada dia mais cheio de ódio e destruição este é um testemunho de amor ao nosso planeta e à natureza; quem sabe se ao retornarmos à nossa matriz natural o mundo não se torna um lugar melhor: onde homem e natureza vivem de forma harmoniosa. 

 

cheesecake de forno (americano)

A pedido de muitas pessoas que já comeram cá em casa e que adoraram, vou partilhar a receita de cheesecake de forno que faço habitualmente. É uma adaptação da receita do Gordon Ramsay, para espanto -até comerem cá- nunca ninguém tinha ouvido falar de um cheesecake "cozido". Na apreciação houve unanimidade em dizer que preferiam esta versão em detrimento da versão semifrio. 
Ingredientes:
500g de queijo mascarpone

150g de açucar em pó
3 ovos

2 colheres de sopa de farinha

Raspa de um limão ou laranja (eu prefiro com laranja, mas se tiver limão é o que vai)

200g de framboesas
Nota sobre a quantidade de framboesas: depende do gosto e disponibilidade de cada um, já meti 150g ou 300g e fica sempre bem; quanto mais puserem mais húmido fica só têm de ter isso em atenção

Preparação:
1) Pré-aquecer o forno a 180ºC, forrar uma forma redonda com papel vegetal (não fica tão bonito, mas a realidade é que ninguém gosta de lavar formas).


2) Bater o queijo, que deve estar à temperatura ambiente, com o açúcar e os ovos até ficar uma massa homogénea.

3) Juntar a farinha, a raspa de limão e bater.

4) Acrescentar as framboesas inteiras e mexer lentamente com salazar ou colher.

5) Meter o preparado na forna e bater a forma para saírem as bolhas de ar e separas as framboesas que possam estar juntas, isto dará uma aspeto mais homogéneo.

6) Levar ao forno cerca de 35 minutos, é uma referência depende muito dos fornos e das formas, até ficar dourado, firme nas extremidades e oscilante no centro. Não comer quente, deixar arrefecer, mas (podendo conservar no frigorifico) comer à temperatura ambiente.

cheesecake de forno.jpg

Esta foto é uma referência do aspeto final, é o típico caso de que não se deve julgar o livro pela capa, porque apesar do aspeto é delicioso.

O CASAMENTO

Há exatamente dois anos casamos, sem grandes formalidades, o que pretendíamos era assinar o papel e fazer uma pequena festa com alguma família e amigos. A ideia era fazer algo simples, tentar não pregar nem apanhar grandes secas, comer e beber bem.
- O pedido: na passagem de ano anterior sou interpelada com um “É para casar não é? Tratas disso? Mas nada de secas, ok?” e respondi “Ok.”. Nada de anel, joelho no chão ou grandes balelas; sei o que tenho. O casamento era uma questão prática e uma festa, porque que ficávamos juntos já estava visto há muito tempo.
- O local: não queríamos grande logística. Portanto teria de ser algum lugar que trata-se de tudo: cerimónia, decorações, comida, serviço, bolo e principalmente que confiássemos. De duas opções ficamos com a melhor relação: de confiança e compromisso, preço/qualidade e maior proximidade geográfica. Foi no Alcazar, lugar que frequento desde pequena, com gente que conheço e me conhece desde pequena.
- A data: 2 (número primo), setembro (sem os preços de julho ou agosto mas com bom tempo mais garantido), o ano 2017, tinha de ser um ano primo porque adoro números primos e era uma condição importante para mim.

- O tema: não havia tema, não havia sessão pré-casamento, nem fotos da nossa vida e muito menos etiqueta. Ambos queríamos algo simples, se tivesse tema seria: simplicidade. A decoração queria algo campestre e que não fosse grande nem vistoso, com muitas hortênsias. Conseguimos o que pretendíamos. Sim, muitas pessoas acham estranho porque há o que se usa e o que não se usa, mas não nos regemos pelos padrões dos outros, temos os nossos próprios.

R4 - 167_1.jpg

 


- A roupa: o meu vestido (Rembo. Moda Café) era simples, confortável e lindo; calcei botins que mandei fazer em branco porque para mim é o calçado mais confortável; o penteado estava lindo com flores naturais e a maquilhagem simples, mais uma vez nada de muito show nem brilho. O noivo escolheu a roupa em uma hora e estava impecável, aliás falou-se mais na roupa dele que no meu vestido.

R4 - 000120.jpg

- Comida e bebida: escolhemos, junto com a Melanie, cada coisa que foi servida. Até aí fugimos do estabelecido e comemos o que queríamos: sushi, marisco, leitão e bolo de bolacha da Marbella. Era muito importante que a comida fosse muito boa, fizemos tudo por isso. E correu tudo bem, impecavelmente bem, há sempre uma outra coisa que com tanta gente e nem serviço desse tipo falha. Mesmo o bolo dos noivos, caipirinhas e mojitos acho que não sobrou nada.
Confesso que no dia não comemos grande coisa, porque apesar do casamento ser pequeno (menos de 100 pessoas, incluindo mulheres e crianças) não tínhamos mãos a medir para conseguirmos por a conversa em dia, juntamos um bom grupo e isso refletiu-se. No entanto, guardaram-nos um valente prato de sushi que devoramos em minutos.

R4 - 000679.jpg

 


- A festa: O DJ, a animação e a fotografia, tal como tudo o resto, foi entregue a pessoas que confiamos e por quem temos carinho, não íamos fazer que outra forma e foi a fórmula certa. Foi animado, sem secas e até tivemos coreografia não contratada. A música foi o que nos levou mais tempo na organização, tal como a comida foi criteriosamente escolhida, quase música a música. O momento mais mágico foi: quando tocou a Creep dos Radiohead e a cantamos aos gritos com os nossos amigos e família, sem ensaios naturalmente saído do coração de quem nos conhece desde sempre, porque é o que somos. Não foi a entrada, a troca das alianças e qualquer outra formalidade, foi mesmo aquele
Não, não foi um casamento com grandes fotos, apesar de ter imensas publicações que os convidados fizeram do dia, não foi um dia de princesa, foi apenas um dia feliz e que fica na memória de quem o partilhou, foi o espelho do que somos.

R4 - 000118.jpg

 

Mais sobre mim

imagem de perfil

Arquivo

  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2020
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2019
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2018
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2017
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2016
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2015
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2014
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2013
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2012
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2011
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2010
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2009
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2008
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub