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O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

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Green Book

Este é um filme mas também um livro, um guia, onde constam os lugares que os negros podiam ou não frequentar nos Estados Unidos da América – sítios só para negros, só para brancos, para os dois, enfim essa estupidez toda-; num tempo em que parece que só na África do Sul havia apartheid, afinal o sul é muito dado a segregação racial. Pelo que li este livro ainda existe, passando a ter os locais poucos recomendados para negros (gostam de lhe chamar afro-americanos, mas eles são americanos muitos deles nunca sequer foram a África).
Sobre o filme, tal como o Mordomo, é um excelente meio de consciencialização para a problemática do racismo e da segregação racial, que ainda hoje existe. É um verdeiro filme, daqueles a sério, com atores, sem efeitos, uma história brilhante, bem filmado e muito real. Gosto deste tipo de cinema mais puro, que toca e com o qual nos identificamos, normalmente inspirado em histórias reais (biográfico) ou boa ficção.
Os atores, minha nossa que representações, estão irrepreensíveis. Mahershala Ali é muito bom actor, quem o viu em outras coisas tem a perceção de quão versátil e incrível ele é; Viggo Mortensen, apesar de quase irreconhecível fisicamente, nem parece muito italiano, mas a forma como representa torna-o o mais italiano de todos, mais italiano só o De Niro.  
A história tem de tudo, como na vida: ódio, amor, amizade, interesse, preocupação, sobrevivência, a busca pela identidade e, uma coisa que acho tão latina: somos todos uns durões da boca para fora, felizmente, mas na hora da verdade somos compassivos; quando alguém precisa mesmo de ajuda não olhamos a qualquer caraterística, apenas ajudamos. Neste filme vêem-se os italianos falarem mal de negros e judeus, mas não os deixam passar o Natal sozinhos; isto diz muito sobre os povos do Sul da Europa, penso muito nisto, temos um coração mole somos emocionais. Os povos do Norte podem ser muito evoluídos mas nós não assim, temos outra matriz genética e cultural, sempre nos misturamos e somos o resultado dessa mistura, até por isso somos mais bonitos 
Simplesmente adorei e recomendo, volto a não entender o óscar dado ao Rami Malek, Viggo ou Matthew de longe.

 

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