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O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

O Blog da Ervilha

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O meu favorito era...

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Assim Nasce uma Estrela
é o melhor de todos os cinco filmes nomeados para o Óscar que vi (quando vir os restantes posso mudar de ideia; certamente mudarei porque Green Book e A Favorita prometem muito). É um filme (gosto de filmes) e a música é relativamente boa (outra paixão), portanto tem dois ingredientes básicos para “me cair no goto”. Este filme é uma profunda reflexão sobre a indústria da música e a sociedade atual, onde o consumismo e o imediatismo imperam. Temos duas personagens que seguem rumos muito diferentes no mundo da música: uma mantém-se fiel aos seus ideais (que acaba mal) e a outra deixa-se levar pela indústria (que começa bem mas não se percebe como acaba). Bradley Cooper entrou com este filme para a minha restrita lista dos bons de Hollywood: faz uma adaptação incrível (a história não é original), constrói uma personagem muito complexa, tem uma interpretação imaculada e muito tocante. Ninguém faria melhor e isso merece uma ou duas estátuas. Lady Gaga mostra o que poderia ter sido se não construísse uma personagem para vingar no mundo da música. É uma compositora talentosa e sabe cantar, mas o facto de o estrelato lhe ser negado pelo seu aspeto tornou-a o que é hoje: um produto.
É me impossível não preferir este filme porque: gosto da malta do Grunge que vejo espelhada no Jackson, sei que tem mais que o dedo do Eddie, a morte do Chris ainda está fresca - e ali está ela - e porque nunca foi feita justiça a estes marginais da música. Era preciso um filme assim. Muitos não sabem o que é o Grunge, quase todos reconheceram o Eddie Vedder na personagem: pelo aspeto físico, pela voz, pelos problemas de álcool e pela perda de voz/audição que são sobejamente conhecidos; mas todos sabem que o Eddie é o único que restou deste incrível legado da música.

Óscares 2019 (são hoje) os nomeados WTF

Hoje é a noite do ano para quem gosta de cinema, ou foi em tempos. Atualmente não é mais que um evento altamente politizado, de pessoas muito bem vestidas e outras bem despidas, sendo eco de um ou outro acontecimento mediático. Dos nomeados para melhor filme vi metade.
Roma detestei nem acabei de ver, porque não podia ver algo que seria um desperdício de tempo, facto constatado nos primeiros minutos. O filme começa com os créditos, o que normalmente não vejo, são uma seca e tenho mais o que fazer; ali somos emboscados e não temos hipótese de escapar. Não vi mas parece ser o favorito só para chatear o Trump.


Pantera Negra a única justificação é calar os atores afro-americanos – protestam há anos (com justiça aliás) que a indústria privilegiava os brancos e mesmo dentro dos brancos, o homem branco – fazem barulho tomem lá uma nomeação para um filme médio/mau de super-heróis mas que tem um elenco quase exclusivamente negro. Esta nomeação é também um exemplo de racismo, tal como as cotas são um exemplo de machismo, porque não é por mérito mas por imposição. Este filme nem sequer é o melhor filme de super-heróis, quanto mais para Óscar.

 

Bohemian Rhapsody é um filme chato e mau, não fã dos Queen: entendo o seu impacto musical, os seus hits pensados para o serem, o carisma do Fred. Demasiada música que conhecemos (que ouço mas não exaustivamente, porque não gosto assim tanto), para isso ouve-se em casa. A história não é fiel à realidade mas não é um documentário por isso ok. É um tributo ao morto e publicidade aos vivos, mas é o Freddy tem de estar na lista. Aprendemos alguns factos curiosos, mas não mais que isso.

Estes são os nomeados WTF, porque se estes estão nomeados há um ou outro episódio de Black Mirror que devia estar. É também o reflexo da decadência da insdústria cinematográfica.

Melhor que qualquer um destes é: First Man. Não aparece nas principais categorias mas devia é incrível. Tem tudo: realismo, emoção, sentimento e toca. O cinema deve tocar o coração e a alma das pessoas, é mais que entretenimento. 

 

 

a lista dos nomeados

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Hermínia Aluna-Professora-Encarrega de Educação (Parte 3)

Perguntam-se vocês: e tu?
Fui uma aluna boa na época, mas para os padrões atuais não fui nenhum génio; tinha o meu génio. Quem olhar para os meus boletins vai ver que:
- Não era imaculada, como não sou hoje;
- Não tirei sempre a nota máxima a tudo, nem sequer a Matemática;
- No ano em que a minha Avó caiu e acabou por morrer as minhas notas desceram e o meu comportamento piorou;
- Era “preguiçosa e pouco estudiosa” em todos os boletins da Escola Primária;
- Desde sempre tinha “bom raciocínio matemático e facilidade na resolução de problemas”;
- Não gostava de decorar.
Basicamente fui criança, adolescente e adulta. Fui crescendo ao sabor do que acontecia e do que me rodeava; pelo meio recebi alguns prémios de mérito e algumas menções (que não guardo). Sei que tenho boas recordações da Escola, ainda hoje tenho carinho por muitos dos meus professores e rancor por nenhum (talvez porque os meus pais nunca tenham falado mal de qualquer professor).
Tal como parte dos meus professores ainda se recordam de mim (de nós) com carinho. Como “aqueles alunos e pais que já não existem”, tenho inclusive a cópia da folha do livro de ponto que a professora de Ciências guardou e recentemente me enviou por “sermos uns meninos queridos”. *
Gostava mais de ler do que marrar; gostava mais de ver documentários do que estudar ciências. Passava muito tempo a: ver TV, a falar com adultos e na cozinha com as minhas Avós e a minha Mãe. Gostava de Matemática e Física porque me eram naturais (quase que tudo se resolvia naturalmente na minha cabeça, achava mágico), como gosto de História, de Geologia, de Psicologia, de Música, de Cinema e de Pessoa; mas não foi a Escola que me fez assim foram os que me rodearam. Não sou e nunca serei hermeticamente fechada sobre um tema, se isso acontecer serei terrivelmente infeliz.
Como Mãe espero:
- Conseguir evitar ser excessivamente protetora e controladora, por muito sedutor que isso seja;
- Que o facto de ser professora não seja um fator influenciador na forma como o meu educando é tratado e avaliado;
- Passar alguns momentos a curar feridas de quedas;
- Instituir o fato de treino como farda escolar;
- Não castrar ou balizar com os meus: conceitos, preconceitos e desejos;
- Ajudar a que o meu educando seja feliz e se concretize (nem que seja a marcar um triplo no Basquete ou a ser Delegado de turma).
Só preciso não complicar, não influenciar, não controlar DEMASIADO, só um bocadinho…
PS: Não há criança a caminho (o que não impede a reflexão) mas fica o depoimento para memória futura e puxões de orelhas.

* À minha turma do 11º ano que queira tenho aqui para verem que fofos, não público porque muitos podem não querer, mas especialmente porque um de nós já não está cá e não acho adequado.

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Gosto especialmente da parte das "disciplinas de estudar", no meu tempo Matemática não era uma delas 



Encarregado de educação do século XXI

O Encarregado de educação do século XXI passa a vida na escola, alguns todas as semanas; são solicitados mais de três a quatro vezes por ano, muito mais.
Os EE de hoje querem não só falar com o DT mas também com o professor A, B ou C; muitas vezes não querem bem falar… Não pedem, solicitam; não ouvem, querem ser ouvidos; não refletem, nem ponderam, simplesmente agem.
Vão à escola por dois motivos: tudo e nada. Perderam a confiança nos educandos, nos professores e em todo o sistema. Ainda que afirmem que conhecem muito bem os seus educandos, na realidade não conhecem (não no contexto escola, onde são uma matilha e têm essa mesma dinâmica), nem podem conhecer. Quanto tempo passa um aluno na Escola? E fora dela?
O EE do início do século XXI tem no filho (que diga-se a bem da verdade é muitas vezes o foco da vida de todos que os rodeiam): o apogeu da sua realização, a projeção de todas as expectativas e sacrifícios; foi esta sociedade que assim os fez. Esta é uma reflexão, uma constatação, não é uma crítica e nem uma descrição totalitária. Existem muitas e boas exceções.
Aqui falo de pessoas: naturalmente desconfiadas, hiperprotetoras e, apesar de só quererem o melhor para os seus educandos, não os deixam ser.
Atualmente os EE são requisitados para tudo, e por todos. Na Sociedade atual pais que não vão à escola são conotados como “aqueles que não querem saber”. Do lado de fora podemos ter a impressão que os EE são ouvidos, mas -na minha opinão- não são, como ninguém é. Especialmente aqueles que “estão sempre na Escola a reclamar de tudo” perderam o peso realmente influenciador – tal como o Pedro, do Pedro e o lobo.
Nós perguntamos aos pais e às crianças coisas como:
- O que vai ser? Desde sempre.
- O teu filho o que diz em inglês? Aos 5 anos.

- Como vai a Escola? E a Matemática que nota tens? Desde que entra na Escola.
Deveríamos perguntar:
- Já saltas? A que altura? E comprimento? Gostas de cães ou gatos? Desde que eles falam.
- Quem são os teus amigos?Já sabes nadar? Desde que iniciam a Escola.
- És feliz? O que achas que te faria feliz? Todos os dias
No fundo todos sabemos o que devemos fazer e dizer, mas todos acabamos a fazer o que está instituído. Porque é o que se espera, porque é confortável e sabemos que à partida dá para uma conversa circunstancial, nem grande profundidade.
Vou a frisar que é uma reflexão, não um apontar de dedo. Sei que todos fazem o melhor que sabem e podem, isso não implica que estejam certos; nem que eu esteja certa.

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Este é um dos meus boletins de avaliação do 1º ciclo, seria hoje esta informacão satisfatória para um EE? É mau? É suficiente? É realmente preciso mais que isto?




Encarregados de Educação: Século XX

Há muito que penso sobre o assunto Encarregados de Educação (EE): como eram, como são e o que quero ser.
O que aconteceu a esta entidade do sistema de ensino em menos de uma geração (período fixado pela diferença das datas em que deixei de ser educanda, até ao momento que o meu primeiro colega de escola passou a ser EE) é, para mim, a maior transformação que o mesmo sofreu nos últimos 10 a 15 anos. O poder, o peso e a presença que estes têm dentro do sistema de ensino é algo que no meu tempo de aluna era inimaginável; especialmente porque frequentei sempre instituições de Ensino Público.
Passo a descrever como vejo os Encarregados de Educação de um educando sem problemas disciplinares, no ensino regular público.
Encarregado de Educação do século XX ia à escola (normalmente quando solicitado) uma a três vezes por ano.
O meu EE (era o meu Pai) ia voluntariamente no início do ano para se apresentar e dar total apoio às medidas disciplanares futuramente adoptadas, se o Diretor de Turma (DT) fosse o mesmo no ano seguinte já não ia. Depois disso só se fosse pedido que ele comparecesse.
Pedir aos EE para irem falar com o DT nunca era nada de bom para alguém: professor ou para nós, alunos; normalmente este recado era acompanhado por “O que andaste tu a fazer?!” mesmo antes de assinar. Na realidade nunca fiz nada de especialmente grave. A única vez que foi grave não era nada comigo, mas convocaram os pais todos; ainda hoje o meu Pai se recorda dessa reunião.
Não havia reunião de entrega de notas, as notas eram entregues aos alunos, assinadas em casa e mostradas ao DT. Mas o meu EE sabia sempre as notas quando eu sabia; eu ou ele íamos ver as notas à Escola nas férias escolares e apontávamos tudo. Nesse tempo o aluno tinha mais responsabilidade, era mais autónomo e ambas as partes (DT e EE) confiavam mais nele. Reuniões de EE com DT eram coisa séria, tinham peso e formalidade, eram raras, decisivas e quase místicas.

Deste tempo resultou uma bela compilação de memórias, escritas e guardadas nestas folhas. 

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Atenção aos direitos de autor, estas são mesmo as minhas :) 

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