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O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

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NARCOS

Vimos no verão todas as séries de Narcos (3 temporadas), eu revi a primeira sem qualquer problema porque adorei. As duas primeiras temporadas têm como pano de fundo os últimos anos de vida e a perseguição feita pelas autoridades a Pablo Escobar.

O ator Wagner Moura - bem conhecido do cinema brasileiro - tem um desempenho incrível, entendo parte das críticas ao castelhano, inicialmente o dele era pouco melhor que o meu, mas a construção da personagem foi inexplicável. Mostra um talento indiscutível, que deixa saudades.

Técnica e documentalmente a série tem falhas, mas penso que algumas são propositadas - a história não foi exatamente assim (se relatassem em modo documentário talvez desse problemas mais sérios): a cronologia, as personagens e a ação foram ajustadas. Por exemplo: a Mãe do Pablito era uma boa bisca, “abandonou” o filho bem antes do que mostra na série juntando-se aos restantes irmãos de Pablo em Medellin; para com eles tentar manter o negócio. Na série os irmãos de Pablo nem aparecem porque ainda estão lá. Mas isso pouco importa, as duas primeiras  temporadas são incríveis e apesar do destaque dado aos agentes da DEA a série só precisava de uma personagem: Pablito.
Acho que o Gustavo, braço direito de Pablo, tem um papel demasiado discreto no enredo. Enquanto ele foi vivo aconselhou sempre o Pablo, tentando limitar-lhe os devaneios, no que aparentemente era mal sucedido. Quando ele morre percebemos que afinal ele refreava bastante o homem. A partir da morte de Gustavo, Pablo “ficou meio louco”  na verdade ele já era mas perdeu a sua consciência (Gustavo) e mostrou o seu eu verdadeiro.
As duas primeiras séries são imperdíveis, uma produção Netflix pioneira em muitos aspectos e com nomes muito familiares do cinema brasileiro nas personagens e na produção; imperdível e inigualável. Ah, é um pouco sanguinária mas era mesmo assim, às vezes até parece comédia e dá para rir.
A terceira série vê-se, mas sem Pablo penso que a série não faz grande sentido. Esta temporada tem como ação a perseguição ao Cartel de Cali que toma o lugar de Cartel de Medellin como maior exportador de cocaína para os EUA. Questiono-me se deverá haver quarta série e nesta linha não faz grande sentido, às vezes é preciso saber parar. O que tem a terceira série de especial: um português no elenco e não é só a fazer feitio. Pêpe Rapazote é o quarto mais importante elemento do Cartel de Cali, o mais lucrativo de toda a história do narcotráfico.
Atendendo a todas as restrições e à coragem necessária para fazer esta série ela devia ter mais que 5 estrelas, mais reconhecimento e prémios. Mas talvez seja demasiado controversa, com nomes poucos sonantes e pouco americana para chegar aos grandes tapetes da indústria.

 

 

 

BIG LITTLE LIES

Big Little lies vem confirmar um novo formato de série: mais curtas e baseadas em excelentes livros; talvez seja reflexo da necessidade que a indústria teve de se reinventar. Esta série é uma adaptação de um livro (tal como the handmaid tale), demasiado complexo para ser um filme e que cabe em uma série de poucos episódios. Possivelmente este é o momento em que a indústria muda o seu paradigma e remete os filmes para um público mais convencional e menos exigente: em termos que argumento e representação.
A série é a descrição da sociedade atual, do meu ponto de vista nua e crua. Uma sociedade elitista, onde todos temos de parecer: perfeitos, fortes, determinados e vencedores. Sendo que as mulheres ainda têm de ser: esbeltas, excelentes donas de casa e mães. Onde não é admissível mostrarmos fragilidades em público, mas na intimidade podemos ser os maiores pulhas. Atualmente dado o nível de hipocrisia social, ninguém de facto conhece ninguém, logo acabamos a ser o que parecemos e não o que somos realmente.
Felizmente tenho amigos, que sabem que tenho falhas (muitas) e não me julgam, tal como não os julgo. Podemos falar sem estigmatizar nem nos sentirmos expostos, porque só assim se pode ser amigo.
A hipocrisia é um mal necessário, porque para vencer temos de jogar o jogo e esta série deixa-o preto no branco, acho-a muito boa. Um excelente ponto de partida para uma reflexão sobre a sociedade atual, onde as problemáticas são transversais às classes sociais e faixas etárias. Tem excelentes: representações, argumento, realização e uma excelente banda sonora (o genérico não me sai da cabeça).
Não deixem de ver, o trailer não lhe faz jus de forma nenhuma.
[Parece que falta uma descrição da série, mas não, é tão e somente isto: somos nós dentro da casa das pessoas que achamos ter vidas perfeitas.]

 

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