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O Blog da Ervilha

Um blog sobre tudo o que me apetece.

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The Crown (Temporada 1)

Depois uma visita ao Reino Unido, onde percorri alguns Castelos e estive a minutos de me cruzar com a Rainha Isabel II, fiquei com curiosidade em conhecer o percurso e os bastidores da realeza. Esta série permite-nos ter uma fugaz ideia do que implica ser-se da uma família real, já tinha ouvido falar dela mas era um tema que não me interessava particularmente.
Estivemos maioritariamente na Escócia, exclusivamente quase, onde a Rainha passa atualmente boa parte do ano. Essa visita mudou a minha uma perspetiva do povo e da cultura do Reino, são de facto muito ligados à família real e ao que estes simbolizam, não percebi bem o que simbolizam para as pessoas, mas percebe-se que são em si uma instituição. Esta é uma excelente oportunidade de rever lugares e conhecer a história de uma família que todos reconhecemos, liderada por uma mulher icónica.
A série começa com a problemática ligada à escolha do marido de Isabel, que desconhecia totalmente. Desenrola-se a partir daí com doença, subsequente morte do Rei e natural subida ao trono. Isabel inicia a série como alguém que não queria subir ao trono, mostrando-se até disposta a abdicar para ser mulher, mas a morte precipitada do pai e a falta de alternativa para o trono fizeram dela Rainha. Esta mulher que a todos nos parece: forte, determinada e implacável; foi inicialmente (pelo menos a julgar pela série) manipulada por inúmeras pessoas: mãe, marido, Churchill, os conselheiros, tio e a irmã. Nenhum dos anteriores realmente a apoiou ou facilitou a vida e o reinado, exceção feita à mãe que sempre salientou que “ela tinha de fazer o que tinha de fazer”, todos de uma forma ou de outra lhe dificultaram a vida e procuravam benefícios.  
Isabel mostra-se toda a série uma mulher em constante divisão entre o seu dever e o que sente, optando maioritariamente pelo primeiro. Há para mim uma exceção: o marido.

Isabel é esposa de Filipe a quem cede em caprichos e a que dá mais relevância do que lhe é aconselhado e desejável. Esta personagem desagrada-me, confesso que não gosto do homem. Deixa a mulher sozinha, não a apoia, dificulta-lhe a vida, amua e faz birras. Parece claramente frustrado pela posição que ocupa, aparentando que até gostava de ser ele o Rei. Sinceramente, não é digno do cargo, nem da mulher. Numa relação a dois nem sempre ambos estão à mesma altura e nesta, claramente, Isabel entregou-se mais que Filipe.
Winston Churchill tem imenso protagonismo nesta temporada. Ele era o primeiro-ministro à data da coroação e nos primeiros anos de reinado. Em alguns momentos foi um apoio para Isabel que ainda andava meio perdida no cargo e temia-o; noutros usou-a como marioneta para ajudar à sua governação. Em alguns episódios e série foca-se de tal forma nele que a coroa praticamente é irrelevante. Aqui mostra-se como um homem demasiado agarrado ao poder, altivo e arrogante.
Esta série melhora a imagem que tinha da Rainha, piora a que tinha de Churchill e dá-me a conhecer Filipe, que nunca percebi que existia. Ao acompanhar a série é que percebi o quão progressista o seu reinado é, mesmo me parecendo muito conservador. Compreendi que apesar de todos queremos (secretamente) ser príncipes, princesas, reis e rainhas não imaginamos o quão horrível essa posição pode ser e os contras que esses títulos acarretam.

PS: essencialmente ouvi a série enquanto trabalhava no computador, é uma excelente forma de desenferrujar o inglês 

The handmaid’s tale

The handmaid’s tale, uma das séries que andamos a ver; recomendo vivamente mas preparem nervos de aço. Vimos recentemente todas as temporadas de Narcos, andamos a ver Vikings e outras coisas menos sanguinárias. No entanto, esta é para mim (talvez por ser mulher) a série mais violenta e angustiante que vi nos últimos tempos. Nem sempre cortar cabeças, braços e dar chumbo grosso a toda a gente é a maior violência.

Em A Aia assistimos a uma sociedade ficcionada, até surreal. A ação decorre nos EUA onde se instala um modelo de sociedade que assenta: na sustentabilidade do país e do mundo, no retorno aos valores morais altamente conservadores e numa religiosidade que serve apenas de meio para atingir um fim. Esse mundo: com escassez de comida, liderado por homens - onde a mulher se remete ao seu “papel original”, a infertilidade de pessoas e terras é o maior problema com que se deparam e tentam resolver sem olhar a meios e a humanidade. Nesta série todos os que fogem (mulheres férteis, gays e outras pessoas não úteis a este modelo de sociedade) tentam chegar ao Canadá, esta tornou-se na série, tal como nos últimos tempos, a terra prometida de muitos.
Factos recentes dos EUA como: a eleição do inqualificável Donald J. Trump, o regresso do KKK, as manifestações contra a "emigração" e a normalização do assédio sobre as mulheres neste país; fazem-me ponderar se: a realidade descrita na série será assim tão impossível. Nunca fui fã dos USA enquanto país e sociedade - sou das que sempre achou que o Mr. Donald ia ganhar – e penso que tem um povo capaz de se deixar chegar à sociedade retratada na série.

Nos anos 30 muitos não acreditavam que os alemães: se deixassem dominar e manietar por aquele gnomo, pudessem pensar como pensavam, pudessem fazer o que faziam e aconteceu. Poderá esta realidade ser tão ficcionada?!
Para finalizar, esta série é baseada na obra de Margaret Atwood, uma potencial Nobel da literatura, obviamente não é americana mas canadiana. Não li a obra mas depois de ver a série fiquei com vontade, até porque sei que não é absolutamente fiel.

 

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